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Em 2010, com a disputa entre os três partidos individualmente mais o PCO, tem-se alguns fatos curiosos:
- O somatório de votos dos candidatos aos governos dos estados pelo PSOL é um pouco menor que a quantidade de votos recebidos por Plínio de Arruda Sampaio. Plínio recebeu 886.816 votos e os candidatos do PSOL aos governos estaduais receberam 777.636 votos. Lembrando que o PSOL tinha candidato a governo em todos os estados, a exceção de Tocantins e Amapá. Neste último o partido elegeu um Senador, com apoio do PTB;
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Fato semelhante ocorreu com Ivan Pinheiro do PCB que teve no total 39.136 votos. Por outro lado, os candidatos a governador do seu partido receberam no total 71.425 votos. O partido teve candidaturas em 15 estados, enquanto obviamente o candidato a Presidência podia receber votos em qualquer estado da federação.
Rui Pimenta do PCO teve em todo o país 12.206 votos. Um pouco mais que os 9.886 votos que os três candidatos ao governo estado que disputaram uma vaga pelo partido (12.206 votos no total).
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Também estão suspensas, mas podendo ainda ser validados, os votos do PSTU na Bahia e Rio Grande do Norte e do PCB em Pernambuco e Ceará.
Mas, independentemente desses votos, como se explica então as diferenças entre os votos para a Presidência destes partidos e a somatório dos votos para governadores, já que esse tipo de eleitorado costume ser mais coerente?
Em primeiro lugar é preciso reconhecer uma redução eleitoral significativa deste setor nas eleições presidências. Como Plínio de Arruda Sampaio foi o único nome com certo acesso a mídia, é natural que ele canalizasse mais votos que seu próprio partido nos estados. Um outro aspecto é que parece que Marina Silva equivocadamente canalizou os chamados votos críticos, que repudiavam a falsa polarização entre Dilma (PT) e Serra (PSDB). Ocupou certo espaço que em 2006 tinha sido da esquerda socialista.
Outro fator importante é que em vários estados disputavam e se polarizavam duas candidaturas da direita clássica (Rio e Minas, por exemplo), sendo uma delas apoiada pelo PT. Explica-se assim que parte minoritária do eleitorado mais crítico ou ainda próximo ao PT tenha votado em Dilma e em candidatos da esquerda socialista para não votar em ex-inimigos, agora “aliados históricos” da nova era petista.
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Para além dos números e destas explicações, o próximo período com Serra ou com Dilma imporá a este setor novos desafios. Diante deles, resta saber que caminhos serão tomados, ou melhor, que caminho tomaremos.