Na postagem "Pará: "Complexo do Tapajós" já ameaça comunidade d..., o leitor Edson fez o seguinte comentário:
“Há registro em literatura da comunidade de Pimental que data da última década do século 19. Quando estive nesta comunidade, por cerca de duas semanas, no ano de 2008 poucos comunitários tinham ouvido falar na construção da hidrelétrica, tinham uma vaga noção. Mas constatamos a presença da Eletronorte, através de uma empresa contratada, fazendo dezenas de furos para sondagem do solo e isso foi relatado em meu laudo, inclusive indicando a necessidade de oficiar a Eletronorte para prestar informações, haja vista tratar-se de um assentamento do INCRA.
Lembro-me que naquela ocasião falei com o geólogo responsável pela sondagem que não seria possível indenizar aquelas pessoas pois o valor das relações sociais e das relações da comunidade com o meio no seu processo de formação e reprodução é incalculável e não se reduziria ao valor das simples moradias de palha ou de barro que compõem a Vila Pimental.
Lembro-me também que resposta foi digna da lógica desenvolvimentista a que a Amazônia está condenada pelo atual governo e por qualquer dos que estão por vir no curto prazo: "esse povo só quer comer farinha e fazer filho, qualquer coisa pra eles tá bom".
Mas o geólogo estava errado e a comunidade parece disposta a defender seu território, que não é qualquer coisa é o lugar de onde tira seus filhos e é o lugar onde enterra seus mortos.
Este um inimigo disposto a tomar o território da Vila Pimental e de outras comunidades que vivem às margens do Tapajós, se antes os inimigos eram os grileiros da região que empurravam as comunidades para dentro do rio, agora é a Eletronorete que tenta empurrar o rio para dentro das comunidades”
“Há registro em literatura da comunidade de Pimental que data da última década do século 19. Quando estive nesta comunidade, por cerca de duas semanas, no ano de 2008 poucos comunitários tinham ouvido falar na construção da hidrelétrica, tinham uma vaga noção. Mas constatamos a presença da Eletronorte, através de uma empresa contratada, fazendo dezenas de furos para sondagem do solo e isso foi relatado em meu laudo, inclusive indicando a necessidade de oficiar a Eletronorte para prestar informações, haja vista tratar-se de um assentamento do INCRA.
Lembro-me que naquela ocasião falei com o geólogo responsável pela sondagem que não seria possível indenizar aquelas pessoas pois o valor das relações sociais e das relações da comunidade com o meio no seu processo de formação e reprodução é incalculável e não se reduziria ao valor das simples moradias de palha ou de barro que compõem a Vila Pimental.
Lembro-me também que resposta foi digna da lógica desenvolvimentista a que a Amazônia está condenada pelo atual governo e por qualquer dos que estão por vir no curto prazo: "esse povo só quer comer farinha e fazer filho, qualquer coisa pra eles tá bom".
Mas o geólogo estava errado e a comunidade parece disposta a defender seu território, que não é qualquer coisa é o lugar de onde tira seus filhos e é o lugar onde enterra seus mortos.
Este um inimigo disposto a tomar o território da Vila Pimental e de outras comunidades que vivem às margens do Tapajós, se antes os inimigos eram os grileiros da região que empurravam as comunidades para dentro do rio, agora é a Eletronorete que tenta empurrar o rio para dentro das comunidades”