A Polícia confirmou que pelo menos 40 ônibus foram incendiados no canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). A confusão teria começado após uma briga entre dois funcionários das obras.
Os trabalhadores, que aderiram aos atos, alegam que não existem condições mínimas nos alojamentos e que estão insatisfeitos com os salários. A Camargo Côrrea, empresa do consórcio que está construindo a hidrelétrica, afirma que tudo não passou de uma briga entre alguns trabalhadores e desmente as informações.
Hoje (17) aconteceram novos tumultos no canteiro de obras e os trabalhadores marcham, pela BR-364, em direção à cidade mais próxima do canteiro de obras, Jaci Paraná. Eles ameaçaram atear fogo em tudo o que for da empresa. Os comércios de Jaci Paraná foram fechados.
Com as novas manifestações, a empresa que havia emitido uma nota alegando que "tudo estava tranquilo" e que as obras haviam sido "retomadas normalmente", emitiu uma nova nota afirmando que as obras foram paralisadas.
A Camargo Côrrea também afirmou que os funcionários foram retirados "para garantir sua segurança" e que não é verdadeira a informação "de que há qualquer insatisfação ou reivindicação trabalhista no empreendimento". Entretanto, há informações de que os ônibus foram negados aos trabalhadores que queriam sair do local.
Segundo matéria publicada no jornal regional Rondoniaovivo, que entrou em contato telefônico com os trabalhadores, ocorreram pelo menos três mortes. Seriam dois vigias, um da margem esquerda e outro da margem direita, e um motorista, morto a pauladas. Ainda segundo o jornal a assessoria de comunicação do Comando da Polícia Militar informou à reportagem que não existe confirmação de mortes.
O Secretário da Segurança de Rondônia, Marcelo Bessa, entregou um ofício ao governador Confúcio Moura requerendo a presença da Força Nacional no local. De acordo com o presidente da Assembleia Legislativa, Valter Araújo (PTB), o governador já alertou o Ministro das Minas e Energia Edson Lobão sobre essa situação de instabilidade nos canteiros de obras.
O Parlamentar também afirmou que os consórcios não estão cumprindo com os acordos de compensação, feitos antes do início das obras. "Eles [os consórcios] cumpriram com cerca de 30% do que foi acordado, até mesmo a contratação de mão de obra, que deveria ser toda ela local, não cumpriram. Cerca de 70% dos trabalhadores são de outros estados. Pior é que eles querem que a policia expulse os revoltosos de lá, mas para onde esse povo vai? Certamente virão para a cidade, onde estarão desempregados e desesperados. Não podemos mais permitir essa situação".
Fonte: Amazonia.org.br
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