sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais uma greve em obras do PAC

Depois dos conflitos na usina de Jirau, em Rondônia, foi a vez da usina de São Domingos, em Mato Grosso do Sul, ser alvo de protestos de trabalhadores, na tarde desta quinta-feira (24 de março). A obra, também incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), fica em Água Clara (a 250 km de Campo Grande) e começou a ser construída em junho de 2009. O investimento total é de R$ 370 milhões.

Parte dos alojamentos e instalações foi incendiada. De acordo com a PM, a confusão começou quando um segurança do consórcio responsável pela obra agrediu um trabalhador. A seguir, parte dos funcionários --são cerca de mil, no total-- incendiou alojamentos e depredou algumas instalações da usina. Cerca de 80 pessoas foram presas.

Segundo o sindicato da categoria, alguns trabalhadores reclamaram, na semana passada, de falta de pagamento de horas extras e das condições dos alojamentos. Uma vistoria foi feita no último dia 15, quando se verificou que havia problemas no esgoto dos alojamentos.

As obras foram paralisadas e ainda não há previsão de quando deverão ser retomadas. Todos os trabalhadores foram removidos para cidades próximas.

O consórcio São Domingos, formado pelas empresas Engevix e Galvão, informou que "não há registro de reivindicações por parte do sindicato" e que ainda não sabe o que motivou a rebelião.

“Pacto trabalhista”
O governo convocou para a próxima terça-feira, em Brasília, uma reunião entre o Ministério Público, as centrais sindicais e as empresas responsáveis pelas grandes obras que estão sendo tocadas no País com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a exemplo das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. 

O Planalto estaria planejando a assinatura de um protocolo no qual as empresas se comprometam a garantir tratamento digno aos trabalhadores e assegurem seus direitos trabalhistas. 

Há uma preocupação muito grande, não só do governo como das centrais sindicais, porque, hoje entre 90 mil e 100 mil trabalhadores estão parados em várias obras, entre elas, as dos portos de Pecém (CE) e de Suape (PE), além das hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio. 


*Com informações da Folha e do Estado de São Paulo
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