A questão organizativa transformou-se em mais um desafio aos barrageiros das usinas de Jirau e Santo Antônio
Eduardo Sales de Lima*
A questão organizativa transformou-se em mais um desafio aos barrageiros das usinas de Jirau e Santo Antônio. A assessoria da Camargo Corrêa disse não ter recebido “registro de nenhuma reivindicação trabalhista”. Logo após, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) divulgou uma nota em que afirma não existir, de fato, ações sindicais ou trabalhistas movidas pela entidade.
Mas por que, em meio a tantos ataques a direitos trabalhistas, não existe sequer uma ação movido contra o consórcio responsável pela construção da Usina de Jirau?
Segundo o sociólogo Luiz Fernando Novoa, professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), os sindicatos que englobam as categorias envolvidas na construção foram incorporados pela lógica “imediatista” e “canibalística” das grandes construtoras antes mesmo do início das obras.
“São organizações paraempresariais infiltradas procurando enquadrar os trabalhadores. Além disso, grande parte da força de trabalho é itinerante, oriunda de distintos estados do país e que segue no encalço da indústria barrageira e de seus ciclos de grandes obras, o que dificulta a organização independente e a formação de oposições sindicais não cooptáveis”, destaca.
*Da redação do Brasil de Fato
Leia ainda: Revolta em Jirau reflete superexploração