O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Sergipe negou, nesta sexta-feira (1º) à tarde, o pedido para o cancelamento da candidatura de Avilete Cruz (PSOL), postulante ao governo do Estado.
O recurso havia sido protocolado pelo próprio PSOL, em reação às declarações de Avilete afirmando a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, era "terrorista", que participou de "sequestros e assassinatos". A candidata fez as afirmações durante debate na TV Globo, na última terça-feira.
Para o PSOL, a candidata se equiparou "à direita mais conservadora do país". O partido emitiu nota de repúdio no dia seguinte ao debate, afirmando que "todos os que lutaram contra a ditadura militar merecem o respeito do povo brasileiro".
No julgamento de hoje, o TRE considerou que não houve oportunidade de defesa da candidata e, por isso, negou por unanimidade o pedido do PSOL. Sendo assim, os votos dados a Avilete no próximo domingo continuarão válidos.
O diretório estadual do PSOL informou que, apesar da decisão do TRE, não irá mudar sua posição e pretende, inclusive, recorrer.
O partido, agora, recomenda votos nas candidaturas de Vera Lúcia (PSTU) e Leonardo Victor (PCB) ao governo do Estado. "Ela [Avilete] fugiu completamente do programa, princípios e ética do partido. Ela não representa mais o partido", disse o presidente do PSOL de Sergipe, Heitor Pereira Alves Filho.
A declaração da candidata, segundo ele, foi apenas um dos vários problemas ocorridos entre ela e a direção do partido nesta campanha.
Avilete, 52, se distanciou do diretório e chegou a protocolar no TRE um programa de governo diferente do que havia sido aprovado pelo PSOL, diz.
Além disso, havia declarado em seu programa eleitoral que é contra o aborto --posicionamento contrário ao defendido pelo PSOL.
Ela era filiada ao PSOL desde sua fundação, em 2004, e foi escolhida candidata por meio de convenção estadual da sigla.
A Folha ligou para o celular da candidata para que ela comentasse a decisão, mas não conseguiu contato.
Fonte: Folha de São Paulo