Se por um lado a história de extinção do Incra é desmentida, por outro, as notícias sobre o orçamento da reforma agrária não são nada boas. Foram cortados nada mais do que R$ 929 milhões reais da área de desenvolvimento agrário e ainda está previsto uma redução de 50% em diárias e passagens.
Enquanto isto, ganha força o nome de Cássio Araújo, ex-secretário de agricultura de Ana Júlia Carepa no governo do Estado do Pará, como presidente do Incra. A tendência Democracia Socialista do PT ficaria com um maior controle sobre a autarquia, além de comanda diretamente o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com Afonso Florence.
O nome de Cássio é tão certo que já se fala que a dupla José Benatti e Girolamo Treccani, que estiveram à frente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) nos últimos quatro anos, assumiriam cargos de assessoramento no Incra nacional.
Por sua vez, setores do MST já demonstrariam descontentamento com a sinalização da perda significativa de importância na política agrária em região onde o movimento é mais forte, notadamente na região mais ao Sul do país. O MST apoiava o nome de Celso Lacerda para a presidência do Incra.
Mas quem está também de olho em cargos no Incra é o PMDB. O partido já avisou que quer a continuidade de Eva Sardinha à frente da Diretoria de Administração e ainda quer colocar o ex-senador Valter Pereira à frente de uma tal “Super-diretoria”, cargo que controlaria o orçamento de todas as Superintendências Regionais. Resta saber se depois dos cortes, ainda haverá tanto desejo pela "reforma agrária"...