A frase acima não é de hoje.
É o encerramento do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o Sistema Fundiário Brasileiro em 1977.
Além de chegar à conclusão que toda a Amazônia estava sob imenso processo de grilagem, a CPI constatou que a Reforma agrária era o primo pobre, e a colonização, o primo rico!
Vivia-se o início do fim do Regime Militar, o MST ainda não existia e os sindicatos de trabalhadores rurais estavam sob rígido controle do Estado. Empresas particulares de colonização casavam e batizavam no Norte do Mato Grosso e Rondônia.
Neste cenário, o relatório da CPI recomendou:
▪ Reformulação da política de concessão de grandes áreas;
▪ Aplicação da legislação que define a reforma agrária;
▪ Transformação do Incra em órgão promotor da reforma agrária, deixando de ser seu obstáculo, como ocorre atualmente;
▪ Providências contra a corrupção e grilagem no setor fundiário;
▪ Vincular o Incra diretamente à Presidência da República;
▪ Uma política definida e clara com relação às terras devolutas e a ocupação dos espaços vazios no Brasil;
▪ Reformulação do Poder Judiciário e do sistema cartorário, como meio de prevenir as fraudes nos registros e transmissão de propriedades;
▪ Justiça Agrária no País;
▪ Encaminhamento imediato de todas as denúncias de fatos criminosos e respectivos documentos, que chegaram a esta CPI, destinados às autoridades competentes. Documentos relativos à grilagem devem ser imediatamente encaminhados ao Senhor Procurador Geral da República;
▪ Reestruturação da Funai com relação à preservação das áreas indígenas;
▪ Encaminhamento imediato, ao Senhor Presidente da República, das denúncias de todos os depoimentos prestados a esta CPI pelos Bispos da Igreja Católica;
▪ Criação de projetos de assentamento no Amazonas, Acre e Rondônia, em regiões de conflitos e chegada de migrantes;
▪ Na preservação da ecologia, na Amazônia, impõe-se melhor aparelhamento do IBDF (antecessor do Ibama) na região; providências imediatas devem adotadas com relação à devastação indiscriminada das florestas na região;
▪ Estabelecer a obrigatoriedade do reflorestamento na Amazônia; atualmente só existe o desmatamento;
▪ A supressão imediata da política de ocupação da Amazônia pela pata do boi, pela estratégia de ocupação humana, tornando o homem o centro dos programas governamentais;
▪ Amparo social ao homem da região amazônica, atualmente esquecido pelos programas oficiais, voltado apenas para obras físicas;
▪ Presença efetiva da fiscalização do Ministério do Trabalho nos projetos beneficiados por incentivos fiscais, para evitar a escravidão branca;
▪ Possibilidade de acesso à terra aos seringueiros localizados na Amazônia;
Entre outras recomendações.
Hoje, num governo do PT, com o Incra dirigido por ditos socialistas e não mais fazendo colonização, o que teria mudado?
Fica para vocês a resposta...
Com informações da Agência Amazônia, Especial sobre 30 Anos da CPI da Grilagem.
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