A madeira, de acordo com Paulo Maués, fiscal do Ibama e coordenador da operação, foi retirada da área sobre a qual está a lavra do minério.O montante enche aproximadamente 15 caminhões e custa quase R$ 1 milhão.
A empresa havia informado, em inventário, que seria necessário desmatar cerca de 11,7 mil m³ para retirar o minério, mas quando os fiscais chegaram à sede da empresa encontraram apenas 2.200 m³ em toras, mostrando que a diferença entre os dois valores tinha sido vendida, o que a Vale não tinha autorização para fazer, afirmou o Ibama.
Além disso, a mineradora acabou derrubando 612 m³ de espécies de árvores diferentes das que havia informado à Secretaria do Meio Ambiente do Pará que derrubaria.O Ibama detectou problemas também na documentação da mineradora. A Vale não entregou, desde que o projeto começou a funcionar, em 2006, o relatório anual do CTF (Cadastro Técnico Federal), no qual deveria fornecer dados sobre a mina, como total de minério extraído e a quantidade de resíduos produzida.
No registro em si, a empresa dizia apenas que tinha motosserras (que indicam a derrubada da floresta), e não que havia a intenção de fazer mineração no local, afirmou Maués.Contatada pela reportagem, a assessoria da Vale disse que a empresa não iria se pronunciar, pois esperava a conclusão de uma "nota técnica" que deveria ser encaminhada ao Ibama.
Fonte: Agência Folha