Por Edilberto Sena*
E o cabo de guerra continua quase desesperadamente entre dois grupos. De um lado, o grupo que defende a vida e a proteção da Amazônia, do outro, o grupo que só se interessa por fatores econômicos e serviço as grandes empresas que extraem as riquezas da região e deixam buracos e poluição. No meio desta luta de hoje, está o Rio Xingu e o plano de construir a usina de Belo Monte.
Os maiores interessados na energia de usinas na Amazônia são as companhias mineradoras, as indústrias do Sul do país e as empresas construtoras, que vivem se enriquecendo com todas as grandes obras dos governos. Um aliado dos que lutam em defesa da vida e da Amazônia é o Ministério Público Federal; já, alguns dos grandes aliados dos depredadores são certos desembargadores de justiça em Brasília.
Qual o novo fato neste cabo de guerra? O governo federal, apressado em construir a usina de Belo Monte, não respeitou várias exigências legais, entre as quais, não consultou os povos indígenas do Xingu, que serão gravemente atingidas pelas barragens. O MPF vigilante vem interrompendo o início da obra e o juiz federal em Altamira, acolheu os argumentos do M.P.F.e paralisou mais uma vez o serviço.
Agora, também, mais uma vez o desembargador em Brasília, liberou o trabalho, porque o advogado do governo federal argumentou que essas constantes interrupções da obra de Belo Monte estão causando graves prejuízos ao Plano de Aceleração do Crescimento e ao país. O desembargador concluiu a sentença dizendo que o M.P.F. invade a esfera da administração pública.
Agora imagine, como então o M.P.F. vai trabalhar, se sua função é cuidar do patrimônio nacional, como a Amazônia e que por isso ele deve vigiar também a administração pública? E qual a função desse desembargador? Não é zelar pelo comprimento da constituição nacional, que inclui a defesa da Amazônia? E ele não sabe que cientistas já provaram com tantos dados que a usina de Belo Monte será um desastre ambiental, social e econômico? Por que mesmo ele defende os interesses do governo federal?
E como fica agora o Presidente da República, que há poucos dias declarou publicamente que não irá enfiar goela abaixo a usina Belo Monte na população do Xingu e que interromperá a obra se for convencido de que a usina é um desastre? Afinal, o Presidente da Republica está falando sério? Ele de fato defende a Amazônia ou as obras do PAC e que se danem os amazônidas?
*Páraco e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 05 agosto de 2009.
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