A camisa dele tinha os dizeres, em alusão à campanha salarial: ``Sou peão, sou de luta``. O pedreiro Francisco das Chagas Gonzaga, 51, aproveitou o Dia do Trabalho para reivindicar seus direitos como empregado. Chegou cedo à praça da Cruz, na Serrinha, para participar da caminhada classista unificada, que reuniu várias categorias profissionais, como bancários, motoristas de ônibus e servidores municipais. A caminhada seguiu em direção ao Terminal da Parangaba, rumo ao Ginásio Poliesportivo do bairro.
``Nós, da construção civil, trabalhamos 44 horas semanais. Dentro da jornada diária, temos só meia hora de descanso``, disse Gonzaga, que é membro da diretoria executiva do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. De acordo com o coordenador estadual da Intersindical, que é uma central de trabalhadores, Ailton Lopes, a manifestação levantava principalmente as bandeiras da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e contra a criminalização dos movimentos sociais.
Lopes citou ainda a luta pela queda do fator previdenciário, que reduziu, em 1998, cerca de 23% da aposentadoria dos homens e 30% das mulheres.``Terça-feira que vem tem o reajuste dos aposentados. A gente quer que seja o mesmo aumento do salário mínimo, retroativo a janeiro de 2010``, acrescentou.
Trânsito
Logo que a caminhada começou, por volta das 10 horas, um lado da pista ficou fechado, gerando congestionamento. Os motoristas optaram por trafegar na contramão, dividindo a pista com o contrafluxo. Antes da manifestação chegar ao terminal da Parangaba, alguns ônibus faziam o embarque e desembarque de passageiros do lado de fora. ``Se eles entrarem, não vão conseguir mais sair, porque a manifestação vai fechar o terminal``, disse um dos auxiliares de operação do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).
``Queremos alertar a população que a manifestação está de passagem e é pacífica``, dizia um dos manifestantes ao microfone, citando a alusão ao Dia do Trabalho. A entrada e e saída do terminal, pela rua Carlos Amora, ficaram fechadas por cerca de 10 minutos. Usuários do terminal observavam com curiosidade. A Guarda Municipal compareceu, mas não houve atrito. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) ajudaram no tráfego de veículos.
E-MAIS
O ambientalista José Maria Filho, que foi executado com 19 tiros em Limoeiro do Norte no dia 21 de abril, foi lembrado durante a caminhada. O presidente do Sindicato dos Servidores de Limoeiro do Norte, Reginaldo Ferreira, veio a Fortaleza para reivindicar, durante a manifestação, a federalização das investigações do caso. Segundo ele, lá é um projeto gerenciado pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).
``É isso que nos leva a pedir a federalização da investigação. Não estamos pedindo à toa. Não confiamos na polícia estadual. Já houve várias mortes e ninguém sabe quem matou``, reclamou. Ferreira acrescenta que no dia 12 de maio, às 15 horas, haverá audiência pública no Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec) de Limoeiro do Norte contra a pulverização aérea, que já é proibida por lei municipal.
Fonte: Raquel Maria Rigotto enviado por correio eletrônico por Reginaldo Ferreira.
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