sexta-feira, 28 de maio de 2010

General da ditadura 'reencarnou'

Por Edilberto Sena*

Com a proximidade das eleições nacionais intensificam as disputas; políticos armam suas estratégias de campanha, agora mais vigiados pelas leis anticorrupção, porém a disputa maior é pelos cargos de presidente e governador. E aí, quem está no poder quer garantir continuidade de seu pessoal; quem está na oposição quer a todo custo sentar na cadeira cobiçada.


Neste contexto, de repente reencarna o espírito de um daqueles generais da ditadura militar, agora baixando num civil que tem algum poder nas mãos. Basta escutar a seguinte declaração publicada nestes dias, em que algumas categorias de servidores públicos estão em greve.

Eis a notícia: “presidente do IBAMA, Abelardo Bayma proibiu seus subordinados de falarem em público e ameaçou punir quem desobedecer sua ordem. Não podem ministrar palestras, conceder entrevistas, participar de seminários, sob pena de medidas disciplinares pertinentes”.

Tal declaração chama-se lei da mordaça. É antidemocrática e revela comportamento acuado de quem tem algum poder nas mãos. Em vez de dialogar, procurar escutar as demandas de seus auxiliares de serviço prefere ameaçar e retaliar.

Vive a sociedade brasileira em tempo de contradições e pressões. Enquanto o Presidente da República faz um bonito papel de conciliador internacional, elogiado por jornais e personalidades por sua corajosa atitude de diálogo pela paz no Irã, aqui no país, seus auxiliares fazem o contrário, ameaçam com o porrete quem reagir contra a imposição de suas regras.

Assim, para o presidente do IBAMA e assim para o governo do Pará, o direito de greve é visto como insubordinação e por isso, não há diálogo. Tudo indica que algum general e algum coronel do tempo da ditadura andam baixando em alguns encarregados de zelar pela democracia de hoje. Não acha?

*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM. Editorial de 27 de maio de 2010 .

Leia: A lei da mordaça de um ditadorzinho
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