“Tenho medo de acordar e ser surpreendido com minha casa no meio
do rio Madeira”, com essas palavras o portovelhense Francisco de Souza relatou
o sentimento que vive a comunidade do bairro Triângulo que mora próximo à
margem do rio e está vendo desde a última segunda-feira (2) quando as comportas
da UHE Santo Antônio foram abertas e o barranco começou literalmente a
desmoronar.
“Moro nessa comunidade há mais de 28 anos e nunca vi um banzeiro
tão forte como esse”, relatou Francisco, que também alegou que buscou respostas
junto à prefeitura de Porto Velho e foi informado de que a situação seria de inteira
responsabilidade do Consórcio Santo Antônio Energia.
Na última segunda-feira (2) moradores do distrito de Jacy-Paraná
entraram em contato com a redação do Rondoniaovivo e afirmaram que várias casas
estariam alagadas em uma comunidade próxima ao rio Madeira, com a abertura das
comportas a situação parecia ter melhorado em Jacy, porém tal medida fez com
que a água batesse com uma agressividade impressionante nas margens desde as
imediações da usina de Santo Antônio até o bairro Triângulo.
Moradia
Os moradores da área de risco afetada pela agressividade do banzeiro afirmaram que não irão sair de suas residências, pois não aceitam a forma com que estão sendo ignorados pelo consórcio e pelas autoridades municipais.
“Nos prometeram residência nova mas até o momento ninguém veio até nós para informar o que está sendo feito. Não vamos sair de nossas casas onde moramos há décadas para irmos a um abrigo improvisado, só vamos sair de nossas moradias com um posicionamento definido de onde e como vamos morar”, afirmou Francisco.
Na região existem várias residências além de empreendimentos
comerciais, tudo pode ser arrastado da noite para o dia caso os fortes e
constantes impactos do banzeiro permaneçam sem que nenhuma providência seja
tomada.
Foram realizadas várias tentativas para entrarmos em contato com
os representantes do Consórcio Santo Antônio Energia, porém após várias
tentativas não obtivemos sucesso. Enquanto isso a comunidade terá mais uma
noite com medo de ser arrastada pela força das águas do rio Madeira.
Fonte: Rondônia
ao Vivo