quarta-feira, 14 de outubro de 2009

'Veja' ataca Mercedes Sosa e latino-americanos

Os membros da comunidade Mercedes Sosa, La Negra no Orkut estão indignados com uma nota publicada na edição da revista “Veja” desta semana (14/10/2009), na seção datas, sobre a morte da cantora:

“Morreu: Mercedes Sosa, a cantora do bumbo argentina. Dia 4, aos 74 anos, de doenças associadas ao subdesenvolvimento latino-americano, como o mal de chagas, em Buenos Aires”, disse a revista.

“Não sei que espécie de redação pode publicar um necrológio destes, é incompreensível tal desrespeito à Mercedes, aos leitores e à América Latina”, diz um fã que deveria parar de ler o panfleto da ultra-direita brasileira.
Comentários
6 Comentários

6 comentários:

Unknown disse...

A propósito acabo de publicar esse texto sobre a mesquinhez de Veja.

SEÑORA Y DUEÑA


A revista Veja parece ter perdido a mão, se é que podemos dizer assim, quando o assunto é tratar de mortos. Em certa medida isso ilustra bem a tese defendida por alguns sociólogos de que a cultura brasileira não lida bem com a morte, que nossa tradição judaico-cristã a morte se transmuta em silêncio e dor. E aqui uma contradição paralisante: mesmo sofrendo com a partida de uma pessoa não devemos nos sentir impedidos de celebrar, de colocar em alto relevo fatos importantes relacionados à vida de uma pessoa. Preguiça mental é o mesmo que falta de pesquisa, empenho sobre o assunto a ser publicado. Parece que Veja descuidou por completo a assertiva dando conta que não se faz um bom obituário sem os fatos da vida da pessoa. Redigir um obituário que se ponha de pé exige ir atrás, fazer entrevistas, conversar com parentes, entrevistar amigos. Há o precedente da excelência na arte de escrever obituários. Chamo de precedente por ser prática pioneira do New York Times, entrevistar o próprio obituariado, quando há tempo, quando se pega em vida. E essa prática do NYT remonta ao início dos anos 1960 e o objetivo desde então continua o mesmo: esclarecer ou conferir a exatidão de fatos obscuros

(texto completo em http://www.cidadaodomundo.org)

Anônimo disse...

texto em linha está correto.

E ela era, sim, associada ao bumbo, e morreu, sim, de uma doença associada ao subdesenvolvimento latinoamericano.

A frase publicada no papel (se é que o foi mesmo) foi maldosa, mas correta.

Cláudia Santos disse...

Acredito que a indignação de todos que leram o artigo, inclusive a minha indignação, não se refere ao fato da causa de sua morte ou se Mercedes era ou não associada ao bumbo. O fato marcante na notícia é que Mercedes Sosa é muito maior do que isso; ela representa para grande parte dos amantes da boa música a imagem de uma das maiores divulgadoras da liberdade de expressão da América Latina. Isso não vale a pena ser divulgado por grandes grupos econômicos e detentores do poder de imprensa, como a Veja, que então se limita a passar uma imagem pequena e pejorativa, em total desrespeito à memória do artista e a todos os seus admiradores e familiares que lamentam a sua partida.

Unknown disse...

O fã indignado sou eu. Não leio Veja, mas um colega, que por acaso leu a notícia me mandou uma mensagem altas horas da madrugada da segunda-feira, não conseguia dormir. A agressão foi como um soco no estômago, sempre vai surpreender, ainda que a origem já permitisse esperar o soco. Ah! o texto de Washington, no Observatório da Imprensa, lava a alma. Abração!

Luiz esus disse...

Para um órgão de direita penso que o anúncio até não foi agressivo. Penso que até conseguiram disfarçar bastante do ódio que sentem por ela: uma voz poderosa contra as ditaduras e a favor do subdesenvolvidos ou pobres; um verdadeiro buril arranhando as consciências endurecidas dos que defendem os fortes, os poderosos.

Anônimo disse...

A realidade é muito mais complicada. Soſa apoiou Perón, Menem, Kirchner, e foi partidária da ditadura totalitária bolshevique.