Desde 1979, quando o Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores (CNEC) terminou os estudos e declarou a viabilidade de construção de cinco hidrelétricas no rio Xingu e uma no rio Iriri, passaram-se 30 anos e duas tentativas fracassadas de barramento do Xingu.
A primeira aconteceu em fevereiro de 1989, no I Encontro das Nações Indígenas do Xingu, em Altamira, quando a Índia Kayapó Tuíra encostou um terçado no rosto do então diretor de engenharia da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, tornando-se símbolo mundial da hostilidade dos índios à projetada barragem.
A segunda tentativa aconteceu em fins de 2000, quando a Eletronorte firmou contrato sem licitação com pesquisadores para realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), e deu entrada no processo de licenciamento ambiental no âmbito estadual, motivando uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal, em Belém. A decisão judicial foi a de embargar o EIA e o processo de licenciamento ambiental, marcando assim, em fins de 2002, a segunda derrota do barramento do Xingu.
Em julho de 2005, renasce a terceira e atual tentativa de barramento do Xingu, quando o Congresso Nacional autoriza a Eletrobrás a completar os estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Socioambiental do AHE de Belo Monte. Assim, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Brasileiro, a maior obra proposta é a construção do AHE Belo Monte na Bacia do Xingu, com uma previsão de investimentos variando entre R$ 17 e 30 bilhões e o deslocamento de cerca de 100.000 pessoas para a região de Altamira.
Em sua estratégia de resistência contra a implantação de Belo Monte, o Movimento Xingu Vivo para Sempre, através da FVPP e com o apoio da WWF-Brasil, está coordenando a realização de um Painel de Especialistas voluntários para análise crítica dos estudos de Belo Monte, num esforço para aprofundar conhecimentos, qualificar o debate e subsidiar a mobilização social. No último dia 10 de outubro, os especialistas tornaram público um documento de 230 páginas, que apresenta o resultado das análises, demonstrando as falhas, omissões e os inúmeros impactos que estão sendo subestimados no EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto Ambiental).
Programação
1. Apresentação dos resultados da análise crítica do EIA do AHE Belo Monte pelos pesquisadores do Painel de Especialistas
1. Apresentação dos resultados da análise crítica do EIA do AHE Belo Monte pelos pesquisadores do Painel de Especialistas
2 .Debate público: apresentação de questionamentos e dúvidas da sociedade civil
3. Encaminhamentos: próximos passos do Movimento Xingu Vivo para Sempre
Data: 26 de outubro de 2009Local: Centro de Convenções, Acesso 2, sem número, Bairro Premem, Altamira (PA)Horário: 9 às 18h
Para mais informações contatar:
xingu.vivo@yahoo.com.br
Movimento Xingu Vivo para Sempre
*Texto do convite para evento