BNDES negocia uma siderúrgica no Brasil com empresários japoneses
O governo negocia com empresários japoneses a instalação de uma siderúrgica, segundo Luciano Coutinho, presidente do BNDES.
O novo governo do Japão é muito rigoroso em matéria ambiental e não quer permitir novas siderúrgicas naquele país, diz Coutinho, que já havia manifestado interesse em ver mais investimentos na área.
"Nossa proposta é fazer a siderúrgica no Brasil e deixar apenas a última etapa de produção no Japão", afirmou Coutinho, animado com o que viu em Istambul, na Turquia, durante a reunião do FMI, na semana passada.
"Foi uma avalanche de interessados em investir no Brasil", definiu o presidente do BNDES. O interesse no Brasil já se tornou rotineiro, mas, neste ano, os fundos soberanos, de asiáticos, de países produtores de petróleo destacaram-se.
Coutinho cumpriu uma agenda de conversas com representantes do BANCO MUNDIAL, do BID (BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO), do Banco Nórdico de Investimento e do JBic (Banco de Cooperação Internacional do Japão) para captar de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões para 2010.
Em 2008, o Brasil obteve US$ 2 bilhões. Neste ano, porém, as instituições multilaterais estão sobrecarregadas, afirma Coutinho. "O BANCO MUNDIAL e o BID precisam de capitalização", disse. "O BANCO MUNDIAL é hoje menor do que o BNDES. Eles olham para nós, achando que tem tanto país mais pobre...[precisando dos recursos]." Os desembolsos do BANCO MUNDIAL, em 12 meses até junho de 2008, foram de US$ 10,5 bilhões, de acordo com os últimos dados disponíveis. Naquele ano, o BNDES liberou R$ 98 bilhões.
Outro interesse dos japoneses, segundo Coutinho, é no trem-bala que unirá São Paulo ao Rio. "Sairá do papel. Faltava a participação das empreiteiras brasileiras, mas, agora, depois do detalhamento da obra, estão se engajando fortemente."
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Fonte: Folha de São Paulo, 14/10/2009.