Os dados também foram obtidos com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (antiga Sectam).
As análises das imagens de satélite demonstram que aproximadamente 418 mil hectares de florestas foram exploradas no período. Desse total, a grande maioria (89%), ou 372.594 hectares, não foi autorizada pela Sema, contra apenas 11% (45.354 hectares) autorizados. Da área total explorada pela atividade madeireira sem autorização, a maioria (73%) ocorreu em áreas privadas, devolutas ou sob disputa; 14% ocorreram em áreas protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas); e 13% em Assentamentos de reforma agrária.
Entre os assentamentos de reforma agrária com maiores áreas exploradas ilegalmente, chama atenção o PDS Liberdade, localizado em Portel, com 19.037 hectares com exploração ilegal ou mais de 5% de toda área ilegal do estado.
Aliás, dos dez assentamentos com maiores áreas exploradas ilegalmente, oito estão na área de jurisdição da Superindendência do INCRA em Santarém, e sete estão com interdição judicial a pedido do Ministério Público Federal, que alega que tais projetos visavam a legalização da extração ilegal pela indústria madeireira. (Leia em
http://www.prpa.mpf.gov.br/noticias/2007/acao%20incra%20sectam.pdf).A exceção na lista dos “assentamentos de papel” é o P.A Corda Corda, projeto criado nos anos 90, mas que tem 80% de sua área até hoje dominada por grandes grupos madeireiros de Santarém: MADESA e Rancho da Cabocla. Este projeto faz parte de outra ação civil movida pelo MPF contra INCRA, neste caso por favorecimento da grilagem de terras, na chamada “Operação Faroeste” (Saiba mais lendo Operação Faroeste: ex-adjunto do Incra é inocentado).
Fica óbvio que NÃO são os assentados que estão fazendo esta extração, mas outros “clientes”.