Em cada assembleia realizada pela campanha, os operários responderam com entusiasmo o chamado a favor da solidariedade de classe e da mobilização pelo fim da ocupação militar no país. Em São José dos Campos, mais de 10 mil metalúrgicos da região aprovaram o desconto de 1% de seus salários aos trabalhadores haitianos. Houve forte adesão nas fábricas da GM, Hitachi, Bundy, Gerdau, Heatcraft, Trelleborg, Sobraer, Sopeçaero, Dovale, Pesola, Gomy e outras.
Contudo, os dirigentes da montadora General Motors (GM) informaram ao sindicato que não realizarão o desconto em folha de 1% dos salários dos trabalhadores da fábrica. A atitude da empresa entra em choque com a resolução aprovada pelos trabalhadores em assembleia. O Sindicato dos Metalúrgicos estima que, somente na GM, o desconto representaria uma ajuda de R$ 300 mil aos trabalhadores do Haiti. O dinheiro seria enviado para a organização operária e popular do Haiti Batay Ouvriye (Batalha Operária). A campanha é organizada pela Conlutas em todo o país e já arrecadou mais de R$ 160 mil.
O sindicato iniciou uma ampla campanha de denúncia da retaliação da GM. Segundo Vivaldo, serão feitas manifestações dentro da fábrica, além de denúncias internacionais. “Nesta quarta-feira [dia 17] vamos a Brasília em uma audiência com a OIT [Organização Internacional do Trabalho] denunciar o fato de a empresa não ter cumprido uma determinação aprovada em uma assembleia de trabalhadores. A posição da GM atenta contra a autonomia da organização sindical”, disse o dirigente. Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também será procurada pelo sindicato.
Fonte: PSTU