A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), ainda não saiu do papel, mas só o anúncio de que será construída já tem atraído migrantes para a cidade de Altamira (PA), que será a sede administrativa da obra.
Segundo o Sistema Nacional de Emprego (Sine), a quantidade de pessoas procurando trabalho no município dobrou no começo de 2010.
"Está bem claro que estão chegando pessoas vindas de fora. Temos casos do Maranhão, do Rio de Janeiro, do Amapá, de Rondônia. Gente que já trabalhou em fábricas, em montagem de estrutura metálica. Percebemos claramente quem é daqui e quem vem de fora. Muita gente vem aqui e diz: 'Eu vim entregar meu currículo para trabalhar na barragem'", conta a diretora do Sine em Altamira, Elcirene Silva de Souza.
Elcirene destaca, no entanto, que a oferta de vagas não aumentou na mesma proporção da procura. "Acredito que, se não houver uma grande oferta de vagas, vamos ter problemas sociais maiores do que os benefícios da barragem."
Assistência
Segundo a secretária de Assistência Social de Altamira, Socorro do Carmo, muitas famílias estão chegando e pedindo auxílio à prefeitura.
Segundo a secretária de Assistência Social de Altamira, Socorro do Carmo, muitas famílias estão chegando e pedindo auxílio à prefeitura.
"Até agora, o fluxo maior é de pessoas com recursos. Mas, nossa expectativa é de que venham muitas famílias sem casa, sem nada. E não temos condições de receber essas pessoas agora. O objetivo é que a empresa vencedora do leilão se responsabilize", disse ao Globo Amazônia.
Segundo o Ministério Público Federal no Pará, nenhum dos municípios que abrigarão a hidrelétrica tem capacidade para atender, com políticas públicas, as pessoas que chegam à região.
Fonte: Amazonia.org.br/Globo Amazônia