A Defensoria Pública de Conceição do Araguaia garantiu esta semana o direito de seis camponeses responderem em liberdade ao processo movido por fazendeiros durante a ocupação da Fazenda Cinzeiro, naquele município do Sudoeste do Pará, a 1.010 quilômetros de Belém. Até o próximo dia dez de agosto a Justiça vai ouvi-los em audiência. Todos são acusados de "incendiar a fazenda, saqueá-la e de portarem de armas de fogo".Os camponeses estavam presos desde o dia 28 de maio e foram libertados provisoriamente, segunda-feira, às 11h30. Dos seis, apenas um, José Cláudio Alves Bezerra, não foi solto porque estava em liberdade provisória por conta de outro suposto delito cometido antes dessa prisão. As prisões ocorreram na chamada “Operação Paz no Campo”, promovida ano passado pelo Governo do Pará.
Relatório do Núcleo dos Advogados Povo (NAP), entidade que apóia camponeses, quando ocorreram as prisões dos seis, o fazendeiro Genuíno chegou ao local num carro particular, acompanhado de três policiais militares, dos quais os camponeses reconheceram dois: sargento Wilson e soldado Almir. “Entraram nas casas arrombando as portas, atirando e batendo nos moradores. Durante toda a ação o latifundiário permaneceu armado, intimidando os camponeses e dando ordens diretas aos policiais", denuncia o NAP.
O clima de violência na região continua. Edivaldo Sousa do Nascimento, 39 anos camponês e moto-taxista conhecido pelo apelido de “Bagaceira”, foi morto no dia 24 de julho com seis tiros de revólver. No ano passado, ele era um dos acampados na Fazenda Forkilha, em Santa Maria das Barreiras (PA). Coincidência ou não, outro camponês conhecido por “Foguinho” também fora assassinado com seis disparos. Dias antes de ser executado, Edivaldo contou aos companheiros que dois homens em motos tipo Bross cor preta o perseguiram. “Sonhava e lutava pela terra. Deixou viúva e filhos”, lembra nota da LCP (Liga dos Camponeses Pobres).
A nota atribui à governadora Ana Júlia Carepa (PT) a responsabilidade pela situação de violência na região. “Ela conseguiu ser mais violenta contra o movimento camponês que o responsável pela chacina de Eldorado dos Carajás, (governador) Almir Gabriel”.
Fonte: Agência Amazônia.
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