domingo, 24 de agosto de 2008

Biodisel não serve para a agricultura familiar do Nordeste

Agora a pouco uma reportagem bem interessante no Globo Rural mostrou três fatos que eu já apontava desde o ano de 2003: O programa Biodisel não serve para a agricultura familiar.

a) A mamona, carro-chefe da propagada do governo, está sendo sofocada pela soja, com produção em volume maior, centralizada e com melhor aproveitamento de óleo. Aliás, a produção de soja tem todo incentivo governamental: terras, tecnologia, crédito, assistência técnica, pesquisa, etc. Já a mamona...

b) A lógica de produção verticalizada e integrada não faz parte da lógica de produção camponesa-familiar na maior parte do Nordeste;

c) O controle no processamento de óleo por grupos empresariais e não pelos trabalhadores impõe preços e volumes de produção que tornam a atividade pouco atrativa.

Parece que a realidade mostrou que não é só com peças publicitárias que se fortalece a produção camponesa-familiar. Sem alterar o modo de produção e o controle de processamento, a pequena agricultura estará sempre subordinada e buscará se reproduzir de forma marginal. O MDA finge desconhecer isso. Aliás, finge para não superar isso.
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