Por Edilberto Sena*
Quando no ano passado um grupo de estudantes universitários e membros da sociedade civil de Santarém se insurgiu contra a arbitrariedade dos encarregados de criar a nova universidade do Oeste do Pará, poucos acreditaram na seriedade da oposição.
Provavelmente muitos acharam que era só um grupo contra por ser do contra. Nem a maioria dos estudantes universitários, nem a maioria dos professores aderiu ao grupo que lutava por uma universidade realmente nova, amazônida, criada com a participação da sociedade regional.
Agora começam a surgir os primeiros sinais, conseqüência das arbitrariedades de um grupo retrógrado, que está impondo mais uma universidadezinha do Oeste do Pará. A seleção dos professores novos terá de ser feita em Belém. Nesta hora arranjaram uma filigrana da lei, como se fosse imutável e realizam a seleção de professores lá na capital, a uma hora de vôo, ou dois dias e meio de barco, como quem diz – vocês aí do Oeste se quiserem venham a Belém.
Aí, os professores universitários, não concursados, que sonhavam entrar na UFOPA, ou vão a Belém, ou ficam de fora. Como é que a universidade é criada em Santarém e havia recurso para dirigentes viajarem para Brasília, para Belém e para Santarém, e agora não há recurso para realizar o concurso em Santarém?
É ou não uma imposição arbitraria e revanchista? Esta é só uma das primeiras conseqüências de uma universidade nova criada por uma elite distante da sociedade regional. Logo mais os estudantes sentirão na pele outras conseqüências e então reconhecerão que o grupo que trabalhava por uma universidade que queremos – participativa e realmente nova – tinha razão. Quem viver verá!
*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 08 de janeiro de 2010.
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