quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Reconstruindo o castelo de lama...

E por falar na “Castelo de Areia”, o resultado da operação parece que caminha para o mesmo que aconteceu com a operação “Satiagraha”: uma imoral operação abafa - com cheiro de pizza.

No último dia 11, o juiz Fausto de Sanctis aceitou a denúncia da Polícia Federal e do Ministério Público Federal contra três altos diretores da empreiteira Camargo Correa por lavagem de dinheiro precedida de evasão de divisas. Segundo a procuradora Karen Kahn, os diretores Pietro Bianchi, Darcio Brunato e Fernando Dias Gomes, enviaram dólares para inúmeros paraísos fiscais.

No dia seguinte, 12 de janeiro, advogados da própria Camargo Correa pede ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) paralisação do processo sob alegação de vícios no mesmo. No dia 14, o presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, suspende provisoriamente a ação contra os diretores da empreiteira alegando que o processo continha suposições e provas ilícitas.

Para um dos advogados de defesa empreiteira, Celso Vilardi, “... esta decisão tem enorme importância porque, ainda que em sede liminar, as teses foram analisadas e mostraram-se consistentes e confirmam que a Operação Castelo de Areia está baseada em uma sucessão de ilegalidades. Considero que o sobrestamento (suspensão) da Operação Castelo de Areia, além de proteger os clientes, na minha opinião, preserva a própria imagem do Poder Judiciário. Se for confirmada a decisão, de nada adiantará dar andamento a este processo e também às investigações porque todos estes procedimentos estão baseados na interceptação telefônica e na quebra de sigilo de dados questionados."

Agora é o juiz Fausto de Sanctis (foto) que caminha para o calvário das perseguições pela sua destemida atuação em inúmeros casos de fraudes no sistema financeiro do país. Segundo a revista Carta Capital (edição 579 de 20/01/2010), o juiz está enfrentando uma avalanche de processos administrativos:

“O juiz não vive, porém, dias sossegados, alvo de inúmeros procedimentos administrativos e de acusações de ironias de pares e escribas, sem falar do confronto que teve de sustentar com o presidente do STF, Gilmar Mendes, quando das prisões do banqueiro Daniel Dantas. Confronto perdido, como se sabe, pelos dois habeas corpus concedidos ao banqueiro graças a decisões de Mendes tão imperiosas quanto descabidas. Desde março do anos passado, apo a Operação Satiagraha, o Tribunal Regional Federal instaurou, a cargo de De Sanctis, cinco procedimentos administrativos, dos quais três arquivados e dois em curso. Mais cinco foram de lavra do STF: três arquivados e dois em curso. E mais três pelo CNJ: dois e curso e 1 arquivado. Acrescente-se uma chuva de reclamações diversas do Supremo.” disse Mino Carta em editorial da revista.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: