terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Crescimento econômico ou desenvolvimento humano

Por Edilberto Sena*

O presidente da República travou uma guerra com o presidente da multinacional Vale do Rio Doce por causa da instalação de uma usina siderúrgica em Marabá, no Pará. Dizem uns, que o Presidente da República ganhou a parada e a Vale vai construir sim, a siderúrgica em Marabá.

Eis agora outro grave desafio: uma usina siderúrgica carece de intensivo calor para transformar o ferro bruto em aço e outros derivados. Essa energia virá, ou com queima de madeira, o que será um desastre ambiental pela destruição de floresta, ou com uso intensivo de energia elétrica, que viria da futura usina de Belo Monte, outro desastre ambiental, econômico e social.

Esta é uma das razões por que os dois Ministérios Públicos: o Federal e o Estadual estão com muito cuidado e exigem mais estudos de impactos antes de serem iniciados os dois grandes projetos. Outra grande questão que leva a se duvidar desses grandes projetos é: quem mesmos está lucrando com a siderúrgica e com a usina de Belo Monte?

O presidente da República quer o crescimento econômico a todo custo; o presidente da Vale quer lucro e mais lucro a todo custo; o Estado do Pará tem as duas grandes fontes de lucro e de crescimento: a energia elétrica abundante e os minérios abundantes. Mas, e os 7 milhões de paraenses, o que é que ganham?

O Estado do Pará é um dos mais atrasados em desenvolvimento humano no Brasil. O funcionamento da Cosampa em Santarém sucateada é só um exemplo; a precariedade do Hospital Regional no Oeste do Pará é outro, a falta de asfaltamento na maioria das estradas estaduais na Calha Norte é mais outro exemplo do atraso em desenvolvimento humano. E aí se pergunta o que é importante: crescimento econômico, riqueza damultinacional Vale do Rio Doce, ou melhoria da qualidade de vida dos paraenses? Crescimento econômico ou desenvolvimento humano?

*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 11 de janeiro de 2009.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: