"A situação em Porto Príncipe está bem complicada. O terremoto foi bastante assustador. Nosso grupo estava dividido em dois. No total somos nove. Seis estavam em uma livraria (que desabou), e eu e mais dois companheiros estávamos indo entrevistar um professor na Universidade do Estado, que também desabou com centenas de pessoas dentro.
Logo apos o terremoto voltamos a pé para casa, uns 3 km. Vimos dezenas de pessoas mortas, feridas e queimadas, pois um posto acabara de explodir. Escolas, hospitais, prédios enormes, a catedral, o palácio do governo, tudo destruído. Os haitianos começaram a rezar em poucos segundos após o terremoto. Ouvimos muitos apelos a Jesus, deus e, pasme, a Obama.
Hoje (dia 13) ouvimos vários tiros. Estamos hospedados em uma casa da ONG Viva Rio. Foi uma das poucas casas que não desabou. Temos água, luz e comida - mas não por muito tempo.
Infelizmente, não podemos sair às ruas. Os supermercados estão sendo saqueados e a polícia está cumprindo muito bem seu papel de defender a propriedade privada. Ouvimos diversos tiros hoje pela manhã. Já falamos com grande parte da mídia nacional e internacional.
A Minustah simplesmente inexiste nos bairros pobres ou no centro da cidade. Provavelmente estão cuidando dos figurões da ONU (pois o prédio civil desabou) e de seus próprios militares que morreram. Tenho a impressão de que este foi o golpe fatal no Haiti."
Disse o estudante brasileiro Otávio Calegari que está no Haiti e testemunhou os momentos de pânico durante o terremoto. Nesse relato ao Portal do PSTU, descreve o caos no país e a completa omissão da Minustah, "missão de paz" da Onu liderada pelo Brasil
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