sexta-feira, 15 de junho de 2012

CSP-Conlutas participa da Cúpula dos Povos que ocorre de 15 a 23 de junho no Rio de Janeiro


De 15 a 23 de junho será realizado no Rio de Janeiro a Cúpula dos Povos, evento que ocorre no Aterro do Flamengo, paralelamente à Rio+20 (Conferencia sobre Desenvolvimento Sustentável promovida pelas Nações Unidas).

A Rio+20 ocorre após 20 anos da chamada Eco92 que tinha como desafio traçar metas para as próximas duas décadas de preservação do meio ambiente. De lá para cá, o que se pode observar é que pouco ou nada tem sido feito neste sentido.

A própria ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira defendeu, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o estimulo do consumo dado pelo governo em forma de redução de IPI e redução de juros. Segundo ela, “as medidas de estímulo ao consumo não são incompatíveis com o debate da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20)”. A ministra chamou de “miopia ambiental” acreditar que o estimulo ao consumo em curto prazo possa prejudicar o desenvolvimento sustentável. Essa posição reflete a postura de descaso do governo, que defende a redução do IPI para os automóveis. A venda exagerada de carros sem a alternativa do trasnporte público de qualidade transforma as grandes cidades num caos, inviabilizando-as, como é o caso de São Paulo – mas as montadoras vendem milhões.

A construção da hidrelétrica de Belo Monte que levará à morte povos indígenas e ribeirinhos e que agride profundamente o meio ambiente é um exemplo que podemos citar de outro total descaso com o meio ambiente ao custo do desenvolvimento do país. Além disso, a hidrelétrica é construída sob a repressão e exploração de trabalhadores que protagonizaram greves e mobilizações por melhores condições de trabalho nos canteiros de obra.

A mineradora Vale também é outro reflexo de como a mineração, apesar dos discursos de sustentabilidade e responsabilidade sociais das grandes corporações internacionais, na realidade se mantém por meio da exploração de trabalhadores para garantir seus lucros exorbitantes.

Militantes contrários ao desmatamento provocado por madeireiros e latifundiários pagaram com a vida. No ano passado diversos trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados. Entre eles, o agricultor Adelino Ramos, assentado no Agroflorestal Curuquetê, localizado em Lábrea, no Amazonas, divisa com Rondônia e Acre; o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva assentados do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA) e o integrante do mesmo assentamento, Herenilton Pereira dos Santos, que foi encontrado morto a 7 km do local onde o casal havia sido assassinado.

Em entrevista para o Sindsprev-RS, Osmarino Amâncio denunciou que a Rio+20 será para selar uma proposta de “economia sustentável” que na realidade está a serviço do capitalismo. “Esta proposta é uma ideia do modelo capitalista que temos, que se apropriou da natureza e da ecologia para ganhar muito dinheiro, sem se preocupar com o desastre que vai acontecer nas gerações futuras. (…) Isso é uma proposta perigosa, de lucro imediato, de concentração da riqueza da natureza. Não deveria estar se comercializando a floresta, pois ela é direito de todos”, disse o trabalhador rural, acrescentando que capitalistas estão se apropriando do meio ambiente e privatizando um bem que é da humanidade em nome da falácia chamada “sustentabilidade”.

Todos esses temas serão debatidos na Cúpula dos Povos que se diferenciará da Rio+20, pois será um evento realizado por organizações da sociedade civil no qual será discutido sob a ótica  dos movimentos sociais  os rumos que estão sendo dados  ao meio ambiente.

A CSP-Conlutas participará das atividades promovidas por entidades filiadas e outras iniciativas na Cúpula dos Povos.

Confira a Programação

Dia 15 de junho, 14 às 16h
Debate: A violação dos direitos humanos, sociais e ambientais nas favelas – Tenda 6 – Clara Zetkin

Dia 16 de junho, das 11h30 às 13h30
Debate: Direito a Moradia versus Grandes obras. A Reforma Urbana Pendente e os Novos Pinheirinhos – Tenda 14 – Eliane de Grammont (nome da Tenda)
Debatedores: Cyro Garcia Presidente do PSTU-RJ; Carlos Eduardo M. Silva Asibama RJ; Rumba Gabriel do Movimento Popular de Favelas;  Robson de Aguiar Oliveira – MTST Nacional;
Tenda 14 – Eliane de Grammont

Dia 16 de junho, das 14h às 16h
Mesa redonda com a Anel, CSP-Conlutas e Comitê Social de Favelas para a RIO+20:  Os Direitos da Juventude nas periferias e favelas
Tenda 12 – Egidio Bruneto

Dia 16 de junho, das 16h30 às 18h30
A contribuição do saber popular para a transição de um novo modelo sustentável
Participam: Comitê Social de Favelas para a RIO +20
Tenda 18 – Galdino dos Santos

Dia 16 de junho, das 16h30 às 18h30
Painel MML (Movimento Mulheres em Luta): Mulheres Trabalhadoras contra o machismo e a exploração – Um olhar feminista da luta pelo mundo que queremos
Tenda 12 – Egidio Bruneto (nome da Tenda)

Dia 18 de junho
Movimento Mulheres em Luta participa da Marcha de Mulheres, organizada pela Cúpula dos Povos

Dia 19 de junho, às 9h
Debate: Grandes obras versus meio ambiente
Debatedores: jornalista do Movimento Xingu Vivo, Ruy Sposati; o representante do Movimento São Francisco Vivo, Rubens Siqueira; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri Dercy Teles e o representante do Sindicato da Construção Civil do Pará e também membro da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.   
 Auditório do Sindsprev RJ.

Dia 20 de junho
Ato com passeata, pela manhã próximo ao local onde está sendo realizada a Rio+20. Às 15h, passeata da Candelária à Cinelândia, junto com outras entidades do movimento sindical, popular e estudantil.

Dia 21 de junho, às 9h30 na OAB
Atividade: Pinheirinho Vive!
Com Aristeu Cesar Neto
Advogado das famílias do Pinheirinho e da CSP CONLUTAS
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