quinta-feira, 7 de junho de 2012

Proifes mente, boicota greve e ataca o Movimento Estudantil e sua própria base


Enquanto milhares de professores e estudantes em greve marchavam em Brasília no Ato Unificado do Funcionalismo Público Federal no dia 05 de julho, um pequeno grupo de professores dirigentes do ProIfes era recebido pelo Ministro da Educação, Aluízio Mercadante. 

A entidade sindical enfrenta a maior crise desde que a mesma foi criada como tentativa de enfraquecer o Andes.

Em seu sítio, foi destacado a realização da reunião em separado do Andes: “O PROIFES foi recebido às 14h30 de hoje, 5 de junho de 2012, pelo Ministro Aloízio Mercadante e pelo Secretário da SESu, Amaro Lins. Pela Federação, fizeram-se presentes os professores Eduardo Rolim de Oliveira (Presidente), Fernando Amorim (Vice-Presidente) e Gil Vicente Figueiredo (Tesoureiro). A ANDES (sic), por sua vez, foi recebida às 10h30. Ainda no período da manhã, também aproximadamente às 10h30, grupos de estudantes em greve que participavam de manifestação conjunta depredaram a entrada do prédio do MEC, quebrando os vidros do saguão de acesso, razão pela qual a entrada da delegação do PROIFES não pode se dar através da porta principal do edifício”.

Sem constrangimento, o ProIfes inventou que o confronto entre estudantes e policiais teria ocorrido na mesma hora da reunião do MEC com o Andes, as 10:30h, quando na verdade a tentativa de ocupação do MEC ocorreu por volta das 13h, após a marcha, quando os estudantes se concentraram em frente ao Ministério.

O sítio do “ProIfes-Federação” faz questão ainda de ecoar a versão de “greve precipitada” de Mercadante, e faz o anúncio do retorno do Grupo de Trabalho de Reestruturação das Carreiras, rompido pelo governo.

Crise na base
Os sindicatos de docentes de universidades federais ligados ao ProIfes passam por uma verdadeira rebelião de base. Depois da decretação de greve da UFBA, estes sindicatos tentam de toda a forma brecar a deflagração da greve em outras instituições.

Na Universidade Federal de Goiás, a presidente da ADUFG se negou a iniciar uma assembleia que deflagraria greve em 06 de junho. Em vídeo que está na internet, uma multidão exigia a deflagração da greve, enquanto a presidente da entidade exigia a retirada de estudantes e de professores não sindicalizados do local. A diretoria do sindicato encerrou a assembleia sem que esta sequer tivesse sido iniciada, gerando um grande tumulto no local.




Logo em seguida, o sítio da ADUFG divulgava uma versão para o acontecimento baseado em um  vídeo editado e sem som.  e uma nota em que afirma que a assembleia não foi instalada porque houve uma grande confusão, ou seja, dizendo exatamente o contrário, pois a confusão começou exatamente pela não instalação da assembleia. O corte realizado no vídeo também omite um fato central: o tumulto começou quando o ex-presidente do sindicato, João de Deus, ameaça agredir fisicamente uma professora.

Na versão dada pelo ProIfes em seu sítio, a assembleia não ocorreu pois foi “invadida por estudantes e pessoas não associadas ao Sindicato, o que levou ao cancelamento da mesma, pela insistência dos invasores em não se retirar do recinto”. Na mesma nota, o ProIfes resolve novamente retomar a condenação da tentativa de ocupação do MEC.

“Essa radicalização nos episódios envolvendo o Movimento Docente têm crescido em todo o país, já tendo havido situação semelhante na Bahia e ontem, em Brasília, com a depredação da entrada do prédio do Ministério da Educação, só demonstra que pequenos grupos, certamente representantes de interesses político-partidários, têm tentado à força, com atos de violência, impor seus interesses particulares ao conjunto do Movimento Docente, fazendo parecer que há uma realidade que não é a que pensa a maioria dos docentes, que estão procurando através de seus sindicatos legítimos e do PROIFES-Federação defender seus direitos, de forma democrática e autônoma.”, diz trecho de documento que está no sítio da entidade.

Nas universidades federais do Ceará, Minas Gerais, São Carlos, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, todas ligadas ao ProIfes, as diretorias de sindicatos têm que lidar ainda com outra situação: a forte mobilização de estudantes e/ou técnicos administrativos que se somam à base docente insatisfeita.




Enquanto isto, a greve chega a 51 instituições federais de ensino superior na base do Andes. Veja aqui o quadro mais atualizado da greve.

Situação das Universidades com sindicatos ligados ao ProIfes:
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul: Assembleia deliberativa sobre a greve em 11/06. Na assembleia geral do último dia 5 de junho, os docentes das 11 unidades da ADUFMS-Sindical rejeitaram a proposta do Proifes-Federação, (indicativo de greve para o dia 15 de junho, precedido de plebiscito a ser realizado no dia 12 de junho);

Universidade Federal do Ceará: Plebiscito sobre a deflagração ou não de greve em 11/06 e assembleia geral para homologação do resultado em 12/06;

Universidade Federal do Rio Grande do Norte: Realização de um plebiscito no próximo dia 12 de junho para decidir sobre o indicativo de greve para o dia 15 de junho;

Universidade Federal de Goiás: Assembleia em 06/06 deliberou greve em 11/06 em Goiânia, mesmo com a posição da ADUFG de se recursar a instala-la; Campi de Jataí e Catalão já estão em greve;

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre: indicativo de greve para 15 de junho;

Universidade Federal de São Carlos: Assembleias nos campi de Sorocaba (29 de maio) deflagrou greve; Campi de Araras realizou assembleia em 30 de maio e de São Carlos, em 31 de maio, decidiram por deflagração de greve com data a definir;

Universidade Federal da Bahia: Deliberou-se greve em Assembleia Geral realizada em 29 de maio, mas em plebiscito realizado em 05 e 06 de junho decidiu-se, por 415 a 390, pela não entrada no movimento paredista. Assembleia com a presença de 2 mil estudantes deliberou pela greve.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: