A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio irá discutir a liberação do arroz transgênico Liberty Link, da empresa Bayer, durante as reuniões setoriais nesta quarta-feira (23) e na reunião plenária na quinta-feira (24) em Brasília. A decisão é temida por diversos setores brasileiros entre produtores de arroz, ambientalistas e consumidores, já que esta seria a primeira liberação comercial de arroz transgênico no mundo.
Durante a reunião plenária deverão ser apresentados os relatórios técnicos sobre o arroz. O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio, Dr. Leonardo Melgarejo, é o responsável pelo relatório consolidado do processo de liberação. Apesar de ainda caber pedido de vistas por qualquer dos membros da Comissão, o que jogaria a discussão para a próxima reunião plenária (14/07), é possível que haja manobras para forçar a aprovação do arroz transgênico no país.
Fonte: Terra de Direitos
Atualizando a notícia:
Bayer recua e desiste do pedido de liberação do arroz transgênico
A empresa Bayer Cropscience acaba de informar em sua página da internet (link) que solicitou à CTNbio a retirada temporária do processo de liberação comercial do arroz Liberty Link (LL 62) da pauta de decisões técnicas. Segundo a empresa essa ação "proativa" decorre da necessidade de ampliar o diálogo com setores da cadeia produtiva do arroz no Brasil. Os rizicultores manifestaram-se publicamente contrários à liberação, que pode significar perda de mercados consumidores na África e União Européia, como já ocorrido nos Estados Unidos onde houve contaminação nas culturas de arroz , o que fez o país perder milhões de dólares.
O principal interesse da Bayer é liberar o arroz no Brasil para influenciar outros países produtores do grão, ao mesmo tempo em que os produtores brasileiros só aceitarão a variedade transgênica quando houver a comercialização em outros países, além de ampla aceitação do mercado externo. É possível que a empresa se comprometa junto aos produtores de arroz que, mesmo quando for liberado pela CTNBio, ela não colocará o Libert Link a venda enquanto não for amplamente aceito pelos mercados mundiais. De qualquer forma, caso o Brasil libere a variedade, a empresa terá mais subsídios para influenciar a decisão em outros países, ao mesmo tempo em que trabalha para transparecer maior segurança aos produtores.
A retirada do pedido de liberação é temporária e, provavelmente, muito em breve, a empresa pleiteará nova aprovação de seu arroz transgênico. Tudo depende da Bayer convencer os produtores, mesmo que isso exclua o povo brasileiro da importante decisão em consumir ou não produtos transgênicos e seus potenciais impactos ao meio ambiente e à saúde.
De toda forma, a retirada do pedido impõe uma derrota à gigante biotecnológica, assim como freia o acelerado quadro de liberações comerciais de OGMs no Brasil, feitos pela CTNBio. Os graves problemas que envolvem o arroz transgênico levantados em audiência pública e as mobilizações das organizações da sociedade civil e da comunidade científica fazem com que a empresa recue no pedido. É uma pena que a CTNBio não se mostre acuada para continuar a agir pela aprovação irrestrita dos eventos requeridos pelas empresas.
Durante a reunião plenária deverão ser apresentados os relatórios técnicos sobre o arroz. O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio, Dr. Leonardo Melgarejo, é o responsável pelo relatório consolidado do processo de liberação. Apesar de ainda caber pedido de vistas por qualquer dos membros da Comissão, o que jogaria a discussão para a próxima reunião plenária (14/07), é possível que haja manobras para forçar a aprovação do arroz transgênico no país.
Fonte: Terra de Direitos
Atualizando a notícia:
Bayer recua e desiste do pedido de liberação do arroz transgênico
A empresa Bayer Cropscience acaba de informar em sua página da internet (link) que solicitou à CTNbio a retirada temporária do processo de liberação comercial do arroz Liberty Link (LL 62) da pauta de decisões técnicas. Segundo a empresa essa ação "proativa" decorre da necessidade de ampliar o diálogo com setores da cadeia produtiva do arroz no Brasil. Os rizicultores manifestaram-se publicamente contrários à liberação, que pode significar perda de mercados consumidores na África e União Européia, como já ocorrido nos Estados Unidos onde houve contaminação nas culturas de arroz , o que fez o país perder milhões de dólares.
O principal interesse da Bayer é liberar o arroz no Brasil para influenciar outros países produtores do grão, ao mesmo tempo em que os produtores brasileiros só aceitarão a variedade transgênica quando houver a comercialização em outros países, além de ampla aceitação do mercado externo. É possível que a empresa se comprometa junto aos produtores de arroz que, mesmo quando for liberado pela CTNBio, ela não colocará o Libert Link a venda enquanto não for amplamente aceito pelos mercados mundiais. De qualquer forma, caso o Brasil libere a variedade, a empresa terá mais subsídios para influenciar a decisão em outros países, ao mesmo tempo em que trabalha para transparecer maior segurança aos produtores.
A retirada do pedido de liberação é temporária e, provavelmente, muito em breve, a empresa pleiteará nova aprovação de seu arroz transgênico. Tudo depende da Bayer convencer os produtores, mesmo que isso exclua o povo brasileiro da importante decisão em consumir ou não produtos transgênicos e seus potenciais impactos ao meio ambiente e à saúde.
De toda forma, a retirada do pedido impõe uma derrota à gigante biotecnológica, assim como freia o acelerado quadro de liberações comerciais de OGMs no Brasil, feitos pela CTNBio. Os graves problemas que envolvem o arroz transgênico levantados em audiência pública e as mobilizações das organizações da sociedade civil e da comunidade científica fazem com que a empresa recue no pedido. É uma pena que a CTNBio não se mostre acuada para continuar a agir pela aprovação irrestrita dos eventos requeridos pelas empresas.