Por Rodolfo Salm*
Altamira voltou a ser destaque na grande imprensa, desta vez por causa da maior enchente de sua história, na manhã do domingo de Páscoa. Os números foram realmente chocantes: no auge da inundação (causada pelo rompimento de uma seqüência de barragens no igarapé Altamira), os milhares de desabrigados chegaram a representar 20% da população. Entretanto, apesar de a tragédia ter sido amplamente divulgada, foi praticamente impossível ao observador externo entender o que realmente aconteceu por aqui, devido aos vários erros e distorções na cobertura da imprensa.
Uma das chamadas de abertura do Jornal Nacional do dia seguinte foi "Chuvas castigam as regiões Norte e Nordeste". A manchete não poderia ter sido mais equivocada, pelo menos no que se refere a Altamira, que forneceu as imagens mais chocantes da reportagem, com geladeiras, televisões e computadores novos boiando, sendo levados pela enxurrada, e pessoas desesperadas tentando salvar-se ou salvar alguma coisa. Ao contrário do que disse Fátima Bernardes, as chuvas não castigam a região. Na verdade elas a abençoam. O que realmente castiga este povo são os desmatamentos e o descaso com a questão ambiental. Especificamente a irresponsabilidade na construção de barragens, instaladas ilegalmente e que serviam para diversos fins, como criação de peixes, atividades de lazer ou irrigação.
Uma das chamadas de abertura do Jornal Nacional do dia seguinte foi "Chuvas castigam as regiões Norte e Nordeste". A manchete não poderia ter sido mais equivocada, pelo menos no que se refere a Altamira, que forneceu as imagens mais chocantes da reportagem, com geladeiras, televisões e computadores novos boiando, sendo levados pela enxurrada, e pessoas desesperadas tentando salvar-se ou salvar alguma coisa. Ao contrário do que disse Fátima Bernardes, as chuvas não castigam a região. Na verdade elas a abençoam. O que realmente castiga este povo são os desmatamentos e o descaso com a questão ambiental. Especificamente a irresponsabilidade na construção de barragens, instaladas ilegalmente e que serviam para diversos fins, como criação de peixes, atividades de lazer ou irrigação.
Leia tudo: A cheia em Altamira foi um alerta
*Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, é professor da Universidade Federal do Pará. Texto publicado originalmente noCorreio da Cidadania.