Por Henrique Cortez
O ‘desespero’ pelas mudanças no Código Florestal, quaisquer que sejam os motivos de fundo, é absolutamente equivocado, porque busca um mero curativo para problemas pontuais, embora históricos, desprezando as possibilidades de se repensar estrategicamente o ordenamento para o uso e ocupação do solo e seu modelo de produção.
O modelo agrícola brasileiro, baseado na agropecuária intensiva e extensiva, ainda é um reflexo do modelo de ocupação territorial aplicado desde a colonização.
O Código Florestal, em vigor desde 1965, pode e deve ser modernizado, incorporando os novos conceitos, tecnologias e conhecimentos científicos acumulados ao longo das últimas décadas. Mas modernização é algo completamente diferente do que o proposto pela bancada ruralista, que reafirma as práticas do início do século 20. Uma ‘modernização’ que, mais uma vez, nos colocará na vanguarda do atraso.
Além de voltar ao passado, os argumentos também são questionáveis, alguns por inconsistência, outros por evidente desonestidade intelectual.
Leia tudo em 'Flexibilização' do Código Florestal: um debate equivocado
*Henrique Cortez é ambientalista e coordenador do Portal EcoDebate. Contato:
henriquecortez@ecodebate.com.br . Publicado originalmente no Correio da Cidadania em 18/05/2009.
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