sábado, 12 de setembro de 2009

Trabalhadores de usinas do Madeira encerram greve

O sindicato que representa as construtoras das usinas no rio Madeira (RO) anunciou ontem o fim da greve iniciada há três dias pelos trabalhadores em Santo Antônio e Jirau. O anúncio foi feito após reunião entre a entidade e os representantes dos funcionários, ocorrida em Porto Velho (RO). A volta ao trabalho, diz Renato Lima, presidente do Sinicon (que representa a indústria da construção pesada do Estado), foi uma exigência feita pela entidade para que fossem iniciadas as negociações sobre o reajuste salarial exigido pelos trabalhadores. Uma nova reunião entre as partes está marcada para segunda-feira.

Fonte: Folha de São Paulo, 11/9, Dinheiro, p.B4 (Notícias sócio-ambientais)


Recebi ainda por correio eletrônico:

Trabalhadores vivem em campo de concentração em canteiros de obras de Jirau.

O canteiro de obras de Jirau por estar distante dos olhos que tudo vêem, dos olhos da Justiça do Trabalho, da Justiça Sanitária, da Justiça que protege trabalhadores em condições de maus tratos, passam incólume a qualquer fiscalização.


Durante a greve dos trabalhadores das obras de Jirau e Santo Antonio, em contato com vários deles, principalmente os que permanecem diuturnamente no Canteiro de Obras em Jirau/Ilha do Padre ou do Inferno, por unanimidade afirmaram que "ficar lá é ficar no inferno".

Denunciaram que o alojamento é apertado para a quantidade de homens lá hospedados; o serviço de ventilação não oferece o mínimo de condições para o descanso necessário; dormitórios com mais de cinco homens; alimentação fraca para quem faz trabalhos pesados.
Denunciam ainda que, o estresse físico e emocional pelas condições acima relatadas tem causado muitas brigas e automaticamente expulsão dos envolvidos...


Denunciam que o preço pago pela hora de serviço, além de ser baixíssimo, nem sempre cobre, no ato do pagamento, todas as horas extras trabalhadas. Ficam à mercê dos controladores, já que os trabalhadores não têm acesso aos registros das horas trabalhadas.


O que provocou a eclosão da greve nesta semana, desde o dia 05 foi justamente os descontos que os trabalhadores perceberam em seus contra-cheques e o pouco crédito... Estes não são remunerados pela condição insalubre que vivem nos alojamentos e os riscos que correm em suas frentes de trabalhos...


Urge uma tomada de posição das autoridades do trabalho, dos sindicatos para garantir os direitos dos trabalhadores, do contrário em pleno século XXI re-construiremos campos de concentração de trabalho forçado na Amazônia, sob as bençãos do PAC...

Basta de violações!
Atenciosamente,

Iremar Antonio Ferreira - Instituto Madeira Vivo”

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