Informações que chegam de Prainha, Pará, dão conta que o conflito na região da Reserva Extrativista Renascer se agravou nas últimas horas. Transcrevo a seguir a situação:
A vários anos a madeireira Jaurú vem extraindo madeira onde hoje é a área da Reserva Renascer no Município de Prainha. A comunidade entende que a extração é ilegal por dois motivos: 1) a madeira é tirada de uma área que não está no plano de manejo e 2) o plano de manejo é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a reserva é área Federal,portanto não tem validade.
No dia 25 de novembro de 2009, aproximadamente 500 moradores da Reserva Renascer, entre mulheres e homens adultos, crianças, jovens e idosos resolveram fazer um empate de forma a não permitir a decida das balsas com a madeira ilegal. Montaram acampamento na boca do rio Uruará com o Tamatai próximo a fazenda Porto Alegre no município de Prainha
Com as festas de fim de ano o acampamento teve uma redução no número de ocupantes e ficou com aproximadamente 180 pessoas. Aproveitando a diminuição dos resistentes, a madeireira Jaurú, na madrugada do dia 03 de janeiro de 2010 (às 04:00h da manhã) desceu com uma balsa carregada de madeira empurrada pelo B/M Silva Guedes III. Ao passarem em frente ao acampamento, vários tiros foram disparados de dentro do barco em direção aos acampados, sendo que um companheiro foi ferido no joelho e outro levou dois tiros, um na coxa e outro no peito. Os dois foram levados para o hospital. Apenas um continua internado.
Nos dias que se seguiram chegaram a Prainha uma guarnição de aproximadamente 50 PM’s que segundo a minha fonte vieram para, acreditem, dar segurança ao B/M Silva Guedes III (que quando não está transportando pistoleiros de madeireiros, faz linha para as comunidades do rio Uruará e Tamatai) e para, acreditem mais uma vez, desarmar @s acampad@s.
Se a situação permanecer como está, certamente trabalhadores e trabalhadoras irão pagar com a vida pela ausência do Estado nesse conflito. Vale a pena ressaltar que já foram feitas varias reuniões com autoridades em Santarém sobre o assunto e nada foi feito até o momento, para pelo menos amenizar a situação. Mas antes de tombarem @s trabalhadoras/es prometem reagir.
Fonte: Marquinho Mota (Assessor de Comunicação - Rede FAOR)
Assinar:
Postar comentários (Atom)