Numa surpreendente e contraditória nota pública, o REItor nomeado da Universidade Federal do Oeste do Pará, Seixas Lourenço afirma que nenhuma medida punitiva será aplicada aos estudantes da universidade. No documento, está escrito: "Nosso alunado é nossa razão de existir, merece, portanto, toda a nossa consideração, o nosso respeito, o nosso carinho e a nossa proteção."
A súbita "mudança" ocorre depois da enorme repercussão pela abertura dos processos administrativos disciplinares contra mais de cinquenta estudantes por protestarem contra a falta de democracia na universidade e ainda contra dois servidores e o afastamento do professor Gilson Costa por participarem do mesmo ato.
Diversas entidades sindicais e sociais e personalidades do mundo político teem manifestado repúdio às perseguições políticas no âmbito da Ufopa e solidariedade aos lutadores perseguidos.
A crise está fazendo a reitoria ensaiar um recuo. Além da promessa de não punição dos estudantes divulgada na referida nota, em matéria divulgada na TV Tapajós, o reitor em exercício de fato, Aldo Queiroz, declarou que não foi identificado nenhum servidor nos protestos.
Mas é na nota pública, que o grau de cinismo se exacerba:
Os procedimentos administrativos abertos para esclarecer os fatos e que precisam ouvir alguns estudantes se devem ao que determina as regras internas das universidades. No entanto, qualquer procedimento que obrigue a ouvir estudantes tem, antes de tudo, um caráter pedagógico e educativo, sem nenhuma intenção repressora ou punitiva, pois o fim maior da nossa Universidade é exatamente o nosso aluno e a adoção dos procedimentos corretos e adequados a sua plena formação, como alunos, profissionais e cidadãos.
Regras internas da Universidade? Quais? Se tudo até hoje foi comandado por atos despóticos e sem qualquer interesse em debater com a comunidade universitária. Até a comissão estatuinte teve seus trabalhos esvaziados pela Reitoria em manobras que desrespeitam a comunidade universitária!
Evidencia-se ainda o caráter político das sindicâncias e dos processos disciplinares. A inocência antecipada dos estudantes dado pelo reitor, desmoraliza os membros das comissões disciplinares, que no mínimo deviam pedir para sair, deixando de fazer parte de processo de perseguição tão vergonhoso e demonstram que todos estão perseguidos não por terem feito algo errado, mas por protestarem.
Está em curso uma clara tentativa de esfriar o movimento, desmobilizando os estudantes sem a retirada de seus processos e isolando os trabalhadores, especialmente o professor Gilson Costa.
É preciso desde já exigir a revogação das três portarias que criminalizam as três categorias, a volta imediata do professor Gilson Costa à Universidade e a democracia interna. As promessas vazias de Seixas e sua trupe não podem iludir o movimento.
Fora Seixas! Democracia Já!
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