Prezados e Prezadas
O professor Gilson Costa é Cientista Social, Eco-economista. Especialista em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas, mestre em Planejamento do Desenvolvimento e doutor em Ciências - Desenvolvimento Socioambiental (UFRA/UFPA/NAEA). Educador, Pesquisador e lutador social como ele mesmo faz questão de se definir, o referido professor pertence ao quadro de professores do Instituto de Ciências da Sociedade – ICS/UFOPA /Santarém. Gilson Costa também é autor do Livro: Desenvolvimento rural sustentável com base no paradigma da agroecologia, publicação que ocorreu em virtude do professor ter sua dissertação de mestrado premiada com o tão sonhado PRÊMIO NAEA DE TESES E DISSERTAÇÕES. Cabe lembrar que este Prêmio é destinado aos discentes dos cursos de doutorado e mestrado do NAEA e visa à divulgação dos trabalhos de excelência acadêmica desta Instituição.
No Prefácio do referido livro, o orientador da dissertação, Prof. Dr. Francisco Costa, assim definiu o trabalho intelectual do Prof. Gilson: “ neste contexto se insere este bem sucedido esforço interdisciplinar de Gilson Costa. Mobilizando as noções integradoras da agroecologia para fazer as necessárias interfaces interdisciplinares que exige a leitura dos sistemas Gilson Costa explora a constituição interna das estruturas sociais de um dos mais antigos campesinatos da Amazônia e do Brasil, o das ilhas Pacui e Cuxipiari, em Cametá (COSTA, 2006, p. 19)”. Ainda Costa (2006, p. 20) afirma: “Descortina-se no estudo, muito esforço. Tudo baseado em minuciosa pesquisa de campo. Tudo filtrado por tensa e produtiva, posto que crítica, discussão teórica e histórica. Um grande feito deste jovem cientista, cujo ferver acadêmico é movido pela paixão pelo seu povo e sua terra. E que em serena humildade, logrou um passo largo no trabalho interdisciplinar que buscamos patrocinar”.
Como pode se observar no que se expôs, não resta dúvida quanto à sólida formação interdisciplinar do professor Gilson Costa. No entanto, desde quando passou a se posicionar com reservas em relação ao Modelo Acadêmico da UFOPA, esse professor passou a sofrer todo tipo de PERSEGUIÇÕES, CALÚNIAS E DIFAMAÇÕES no âmbito dessa Universidade. Assim, logo após a publicação de uma matéria na Revista Época, no início deste ano, em que o professor Gilson Costa, juntamente com outros professores do Brasil, denuncia a política falaciosa do Governo Federal em relação à expansão das Universidades, foi divulgado um email por parte da Direção da UFOPA, no qual se afirma que:
“ caso da UFOPA é o mais recente e também emblemático: professores recém admitidos, com a missão de implantar um desses partidos no interior da Amazônia, começam a aglutinar docentes e alunos ao projeto. Daí para as etapas seguintes é só um passo: presidência de estatuinte, de sindicato a ser acoplado, grandes confusões na instituição, ofensas, agressões, tudo associado a conquistas, passo a passo, no projeto que não é só seu, é uma estratégia de combate local e nacional, juntando para o mesmo ataque tanto uma reitoria com a missão da criação, quanto um governo que realiza a estratégia de romper com a ligação das universidades públicas com o projeto histórico de poder das elites econômicas neste país. Ser protagonista de uma reportagem em veículo destes interesses não é qualquer novidade. Tampouco que este(s) professore(s) em nada vieram contribuindo para o aperfeiçoamento de qualquer dos processos vivenciados: só crítica, ameaças, agressões, nada propositivo, nenhuma idéia, nenhuma análise mais atualizada, nada, nada! Só mesmo a reação local poderá calar estas bocas cheias de vermes, estas mãos tão inúteis, estas idéias tão mofadas! Na UFOPA isso já começou, com a derrota deste grupo, tanto para a Estatuinte quanto para o sindicato. Mas ainda falta mais!”( Faria, Dóris, 2011, Janeiro).
É assim, meus Prezados, que a Direção dessa Instituição de Ensino Superior se refere ao seu quadro docente que está realizando o seu papel, que é o de pensar criticamente a Universidade. É lamentável a situação em que se encontram os Docentes que ousam pensar na UFOPA e sobre a UFOPA. Ora se não se pode pensar criticamente a Universidade como pensar então a sociedade? A Universidade não é o lócus por excelência da Crítica? Como formar, então cidadãos com o pensamento crítico? Este não é o papel da Universidade?
Neste ambiente acadêmico, onde paradoxalmente não é permitido pensar criticamente, a primeira medida da Direção da Universidade em relação ao pronunciamento do professor Gilson Costa à Época foi a não realização de sua Lotação no módulo de Sociedade, Natureza e Desenvolvimento - SND. Fato este denunciado, inclusive, pelo próprio professor em reunião na presença de todos os docentes da UFOPA e amplamente apoiado pelo seu Instituto, o ICS.
Como se não bastasse, por outro lado, em recente email amplamente divulgado na Universidade, o então Presidente do Sindicato Docente na UFOPA, após provocar a Reitoria Nomeada por não ter tomado nenhuma providência em relação ao professor Gilson Costa, assim se refere a este professor: “os docentes já detectaram o laranja podre, os técnicos estão com uma forte organização e os discentes desorganizados e colhedores de laranja descartada..... Que pena da UFOPA e dos que terão que tirar leite de pedra para consolidá-la diante dos intransigentes e que não aprenderam que o nosso direito deve caminhar em paralelo com os direitos do próximo” (França, Carlos, 20/03/2011,Sindufopa).
“Bocas cheia de vermes”, “laranja podre”, “loucos”, “mãos tão inúteis”, “nada contribuem”, essas são algumas das agressões deferidas contra o professor Gilson Costa e demais professores que ousam pensar criticamente a Universidade. Este ambiente hostil de trabalho, sim, nos envergonha e nos deixa indignados, mas, em relação a isso a Reitoria nomeada nada faz. Quem não se lembra do caso do professor Filósofo que foi proibido de pensar e da professora que foi proibida de se pronunciar por uma Diretora com dedo em riste, assim como de mensagens divulgadas aos Docentes afirmando que professores contrários ao modelo acadêmico não deveriam estar na UFOPA e do caso do Professor que foi demitido por email. Mas a Reitoria não olha para isso.
Está claro que esta NÃO É a Universidade que queremos. A Universidade que queremos é uma Universidade em que haja, acima de tudo, RESPEITO PROFISSIONAL e que a DIVERSIDADE DE IDÉIAS E IDEAIS não seja vista como um PROBLEMA. O que está se procurando implantar aqui é uma espécie de DITADURA DO PENSAMENTO ÚNICO, na qual aqueles que pensam e fazem proposições DIFERENTES, vêm sendo DESQUALIFICADOS, PERSEGUIDOS e sofrendo com a instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) e ameaças de EXONERAÇÃO. É importante enfatizar que esses procedimentos não são sutis e nem velados, como se pode observar no teor das mensagens anteriormente citadas. Pelo contrário, ocorrem de modo DIRETO e com ampla divulgação no âmbito da UFOPA, mas em relação a isso a Reitoria se omite.
Está cada vez mais claro sobre quem está tumultuando o processo de implantação da Universidade. Quem insiste em ignorar a essência da Universidade. Quem NÃO está sabendo DIALOGAR, DEBATER, com as categorias que compõem a Universidade. Quem é incapaz de lidar com as diferenças, incapaz de resolver conflitos. Quem está tentando destruir a implantação da Universidade em sua forma plena. Quem atua de forma arbitrária, autoritária e ineficiente. O Movimento UFOPA Livre se SOLIDARIZA com o prof. Dr. Gilson Costa, com os Estudantes e o Técnico que estão sofrendo perseguições no âmbito da UFOPA e deseja que o bom senso impere, sejam revogadas as três portarias (1011, 1012, 1013) conforme solicitado por amplíssima maioria na Assembléia da Categoria Docente (23.03.2011) e que o professor Gilson Costa esteja o mais breve possível de volta ao seu local de Trabalho.
Queremos nosso sonho de volta e Democracia já na UFOPA
Santarém, Abril, 2011
MOVIMENTO UFOPA LIVRE
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