Após o encontro de cerca de duas horas com o presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya, quatro dos seis deputados brasileiros que estão em Tegucigalpa estão reunidos na noite de hoje com a vice-ministra de Relações Exteriores do governo golpista, Marta Alvarado. A decisão provocou polêmica na comissão de parlamentares que passou o dia na capital de Honduras, conversando com os representantes do Congresso, da sociedade e da Suprema Corte. Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o convite foi feito por um grupo empresarial ligado ao governo golpista. "Isto não representas problema algum porque somos representantes do Congresso. Não representamos o Ministérios das Relações Exteriores", disse Jungmann antes do encontro.
Além de Raul Jungmann, participam da reunião os deputados Maurício Rands (PT-E), Cláudio Cajado (DEM-BA) e Otávio Leite (PSDB-RJ). O encontro está sendo realizado na sede da Chancelaria hondurenha. Na entrada predio estão dispostos duas bandeiras uma do Brasil e outra de Honduras.
O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) criticou duramente a decisão dos colegas. "Eles não caíram numa armadilha. Eles foram ingênuos, porque havíamos combinados de que não entraríamos em contato com qualquer pessoa do governo Micheltti", protestou.
O governo brasileiro não se comunica com Micheletti nem para permitir a entrada de cidadãos brasileiros na embaixada a fim de não reconhecer a legitimidade do governo golpista.
Os deputados que aceitaram o convite foram chamados, inclusive, para uma reunião com o próprio Micheletti, e só descobriram que o encontro era com a vice-ministra ao chegar na Chancelaria de Honduras.
Antes, na conversa com o presidente deposto na embaixada brasileira, Manuel Zelaya disse aos parlamentares que acredita numa solução para a crise dentro de duas ou quatro semanas. "Ele acredita que se ultrapassar esse prazo, os eleitores dele Zelaya não vão reconhecer as eleições marcadas para 29 de novembro", disse o deputado Raul Jungmann.
Zelaya também, teria dito que quer voltar ao poder, mas admite fazer concessões para impedir o prolongamento da crise. O presidente deposto de Honduras está cercado por militares na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde o dia 21 de setembro. O país vive sob medida de exceção desde a noite de domingo (27).
Fonte: Agência Brasil
Assinar:
Postar comentários (Atom)