O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) deveriam, por lei, ser apresentados antes da construção do Porto da Cargill, para possíveis impedimentos. Então, por que ela vai “consultar” a população depois da imundice feita?
O porto foi construído em cima da praia da Vera Paz, de um campo de futebol, de espaço arborizado, de um rico sítio arqueológico, enterrando toda uma história da nossa região. Afetando a vida social, financeira e de lazer de diversas famílias, sobretudo dos Bairros da Aldeia, Laguinho, Salé e Liberdade. Acabou com a paisagem da frente da cidade; não se vê mais o pôr do sol; atraiu, até por financiamento, diversos sojeiros para nossa região, causando: destruição da floresta, expulsão de famílias que viviam da agricultura familiar, grilagem de terras, cooptação de lideranças das comunidades; agressão a nossa cultura (chamando-nos de “preguiçosos”) e iludindo com o discurso, junto com a Cargill, de “geração de emprego”.
Querendo filtrar sua imagem repugnante, a Cargill oferece migalhas na cidade: reforma de Biblioteca; reforma de escolas; reforma do Veterano... Assim como enganaram alguns dos nossos irmãos indígenas na colonização brasileira.
Os agrotóxicos, pesticidas e outros venenos usados nas plantações de soja permanecem nos grãos e quando são transportados são jogados no ar e aspirados pelas pessoas causando inúmeras doenças, que vão de irritação nos olhos ao câncer. Um desses venenos é chamado de Roundup, que está matando muitas pessoas em outros países, e que já está sendo utilizado em Santarém.
Este problema já acontece em cidades da Argentina que estão perto de regiões de portos que trabalham com a soja. São constatados casos de má formação de bebês, abortos, alergias, câncer e outras doenças.
Você já percebeu que quando a Cargill está embarcando soja nos navios sai uma poeira que vai para a água e pro ar? Então, é está poeira que carrega todos os tipos de venenos que causam aquelas doenças.
Agora a Cargill quer usar o Campo da Vera Paz para fazer um estacionamento de caminhões que transportam soja. Por isso financia alguns arqueólogos e estagiários (UFPA/UFOPA e outros) para escavar a área, retirar as peças e liberar para a construção.
Portanto, a Audiência Pública legitimará a Cargill, por meio da presença e assinatura dos participantes, a continuar seu porto e sua destruição direta e indireta.
Então, não participe da AUDIÊNCIA PÚBLICA da Cargill, venha participar e protestar contra a Cargill na CONTRA-AUDIÊNCIA.A Frente em Defesa da Amazônia vem, através deste, convocar todas as entidades, movimentos populares e pessoas em geral que se indignam com os crimes cometidos contra o povo e a floresta para participarem da Contra-Audiência à empresa estrangeira Cargill que, mais uma vez, quer enganar a população santarena, realizando uma Audiência Pública de Mentira para apresentação do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental, o qual deveria, pela Constituição, ser apresentado antes da construção de seu porto.
Participe! dia 14 de julho, a partir das 8h, em frente ao Iate Clube de Santarém.
Organização: Frente em Defesa da Amazônia