Quando a filhinha do meu casal de amigos Aroldo e Cássia veio ao mundo, logo o seu irmãozinho declarou: “Isabella não”. Eduardo certamente sentia ciúmes da irmã, natural para quem tinha exclusividade até então.
Parece ser esse o mesmo sentimento do PT em relação ao Ministério do Meio Ambiente, área estratégica para o partido após as últimas eleições.
Nos últimos meses, a até então desconhecida ministra Izabella Teixeira, sucessora de Carlos Minc, virou trator na emissão de licenças polêmicas e alterações substanciais na legislação administrativa da área ambiental depois que assumiu oficialmente a pasta.Tanto empenho teria agradado a futura presidente Dilma Roussef, que tenderia a manter Izabella no cargo.
Ontem, enquanto a ministra discursava em cerimônia no Palácio do Planalto sobre a redução do desmatamento na Amazônia, petistas circulavam pela plateia distribuindo um panfleto contra sua permanência na pasta.
Na nota, assinada pela Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT, os petistas pedem "um quadro político do Partido dos Trabalhadores" no MMA. Izabella não é filiada ao partido.
"Destacamos, diante de toda a conjuntura e dos desafios políticos que enfrentaremos na implementação do governo Dilma, a importância estratégica de retomarmos o protagonismo partidário na política ambiental brasileira", diz trecho do panfleto.
Faltou apenas a frase de ciúmes infantil de Eduardo: “Izabella não”!
Leia ainda: Lula garante a Izabella que ela continuará no Meio Ambiente -Valor Econômico - 02/12/2010