Nove governadores da Amazônia legal (pois a amazônia real inclui apenas seis estados, os outros entraram por oportunismo por conta da SUDAM da ditadura) estarão amanhã em Belém num encontro especial. O Presidente da República estará junto com eles.
Qual o objetivo de tão inusitado acontecimento? A notícia diz que as mais altas figuras da Amazônia vão debater sobre a situação da região, hoje tão falada, tão cobiçada e tão mal administrada. Querem os governadores colocar a Amazônia no seu devido lugar na federação do país, tanto na questão econômica, como social e desenvolvimento. Para dar uma ilustração desse desequilíbrio, o Pará é o quarto ou quinto Estado maior exportador de produtos primários, ao mesmo tempo é o vigésimo terceiro na lista do Índice de desenvolvimento humano, o IDH.
Já o presidente Lula vem fazer mais um discurso empolgado, anunciando o PAS e o PAC na Amazônia. Como o presidente adora fazer discursos, a maioria de improviso com comparações às vezes engraçadas, às vezes ridículas, como foi comparar a demissionária Marina Silva, com o jogador Pelé. O PAC ainda não saiu do papel, agora chega mais um PAS.
Quanto à reunião dos governadores da Amazônia, entre os quais a governadora do Pará, anfitriã do evento, o que se pode esperar de bons resultados? Provavelmente eles e ela irão negociar uma compensação financeira para os prejuizos da lei Kandir aos estados esportadores de produtos primários; provavelmente também, irão debater a palavra sustentável, se os números do desmatamento da floresta anunciados pelo satélite, é verdadeira ou não. Discutirão palavras e palavras, todos dizendo que fazem o máximo que é possível fazer e que estão preocupados com o bem estar da população.
Mas, o que se pode esperar em defesa da Amazônia, quando os governadores do Mato Grosso e de Rondônia defendem publicamente a expansão do agro negócio na região? O que esperar de bom, quando o governador de Roraima defende publicamente o confinamento dos povos indígenas em pequenas ilhas de terras, para garantir áreas para o agro negócio? Como esperar bons resultados para a população, quando a governadora do Pará, ex sindicalista hoje corta o diálogo com os educadores e permite sua polícia militar espancar grevistas e utilizar bombas de gás. Ao mesmo tempo ela ameça os grevistas com punições administrativas.
E mais, como esperar melhoria para a Amazônia, se os governadores todos se calam ou apoiam integralmente a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, com prejuizos sociais e ambientais das populações ribeirinhas e povos indígenas? O que mesmo se pode esperar desse evento inusitado dos governadores da região em Belém? Todos pensam em crescimento econômico, em discurso de sustentabilidade, em apoio ao PAC e ao PAS do presidente.
Como pode se trabalhar Plano Amazônia Sustentável, se ao mesmo tempo o PAC pretende destruir grande parte da floresta para gerar eletricidade abundante para quem? e agro negócio para quem? e minérios para quem? Pessimismo demais? então confira os resultados na próxima semana.
Qual o objetivo de tão inusitado acontecimento? A notícia diz que as mais altas figuras da Amazônia vão debater sobre a situação da região, hoje tão falada, tão cobiçada e tão mal administrada. Querem os governadores colocar a Amazônia no seu devido lugar na federação do país, tanto na questão econômica, como social e desenvolvimento. Para dar uma ilustração desse desequilíbrio, o Pará é o quarto ou quinto Estado maior exportador de produtos primários, ao mesmo tempo é o vigésimo terceiro na lista do Índice de desenvolvimento humano, o IDH.
Já o presidente Lula vem fazer mais um discurso empolgado, anunciando o PAS e o PAC na Amazônia. Como o presidente adora fazer discursos, a maioria de improviso com comparações às vezes engraçadas, às vezes ridículas, como foi comparar a demissionária Marina Silva, com o jogador Pelé. O PAC ainda não saiu do papel, agora chega mais um PAS.
Quanto à reunião dos governadores da Amazônia, entre os quais a governadora do Pará, anfitriã do evento, o que se pode esperar de bons resultados? Provavelmente eles e ela irão negociar uma compensação financeira para os prejuizos da lei Kandir aos estados esportadores de produtos primários; provavelmente também, irão debater a palavra sustentável, se os números do desmatamento da floresta anunciados pelo satélite, é verdadeira ou não. Discutirão palavras e palavras, todos dizendo que fazem o máximo que é possível fazer e que estão preocupados com o bem estar da população.
Mas, o que se pode esperar em defesa da Amazônia, quando os governadores do Mato Grosso e de Rondônia defendem publicamente a expansão do agro negócio na região? O que esperar de bom, quando o governador de Roraima defende publicamente o confinamento dos povos indígenas em pequenas ilhas de terras, para garantir áreas para o agro negócio? Como esperar bons resultados para a população, quando a governadora do Pará, ex sindicalista hoje corta o diálogo com os educadores e permite sua polícia militar espancar grevistas e utilizar bombas de gás. Ao mesmo tempo ela ameça os grevistas com punições administrativas.
E mais, como esperar melhoria para a Amazônia, se os governadores todos se calam ou apoiam integralmente a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, com prejuizos sociais e ambientais das populações ribeirinhas e povos indígenas? O que mesmo se pode esperar desse evento inusitado dos governadores da região em Belém? Todos pensam em crescimento econômico, em discurso de sustentabilidade, em apoio ao PAC e ao PAS do presidente.
Como pode se trabalhar Plano Amazônia Sustentável, se ao mesmo tempo o PAC pretende destruir grande parte da floresta para gerar eletricidade abundante para quem? e agro negócio para quem? e minérios para quem? Pessimismo demais? então confira os resultados na próxima semana.
Editorial da Rádio Rural de Santarém, em 29/05/2008
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* Santareno, é padre diocesano. Dirige a Rádio Rural AM e é pároco da igreja de N.S. de Guadalupe, no bairro de Nova República