Vinicius Mansur.
A morte do agricultor José Valderi no último fim de semana, no município de Limoeiro do Norte (CE), se tornou mais um triste capítulo da luta contra a utilização indiscriminada de agrotóxico.
Há mais de três anos o agricultor tinha perdido uma das pernas e intensificava o estado de deterioração de seu corpo, com fortes suspeitas de contaminação pelos venenos de agrotóxicos da empresa onde trabalhava.
Em 2005, o agricultor começou a trabalhar, vestido de camisa, bermuda e chinelo, no setor de aplicação de agrotóxicos de uma fazenda produtora de banana para exportação. Na terceira semana de trabalho, um ferimento apareceu no seu pé.
O Ministério Público do Trabalho no Ceará acompanhou o caso, mas os laudos médicos, nunca conclusivos, impediram que os direitos trabalhistas de Valderi fossem atendidos antes de sua morte.
Para a agente da Cáritas, Pastora Almeida, é mais um das muitas vítimas do agronegócio.“O seu Valderi é uma vítima que vem a público. Quantas estão anônimas ainda que a gente não conhece, que a gente não sabe? Então, o nosso compromisso é para averiguar de fato esses casos e tomar providências, tanto a nível de sociedade civil, como de instâncias governamentais, para que sejam sanados esses casos de doenças, de comprometimento do meio ambiente, por conta da utilização dos agrotóxicos e da atividade do agronegócio, porque aqui na nossa região nós temos percebido impactos muito negativos”.
De acordo com Pastora, algumas entidades estão tentando realizar uma audiência pública na Assembléia Legislativa para discutir o modelo de desenvolvimento do agronegócio, baseados em estudos sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador e dos consumidores de frutas.
Fonte: Radioagência NP.
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