A diretora do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), Raimundo Monteiro ou acredita em Papai Noel ou superou todos os limites da hipocrisia. Em entrevista no sítio “Eco Amazônia” com o ultraconservador Paulo Leandro Leal, a petista afirma que não tem dúvidas de que está sendo construído um modelo de economia sustentável nas cincos glebas estaduais do Oeste do Pará entre Santarém, Aveiro e Juruti e disputadas por madeireiros e grileiros de um lado e ribeirinhos, castanheiros e indígenas de outro.
Como isso seria possível? Primeiro: reconhecendo os “conflitos ali existentes”. Até aí, tudo bem! Como solucionar esses conflitos? Reconhecendo “... as pretensões de posse existentes, pois haviam protocolos antigos no Iterpa, áreas que nunca foram regularizadas. Este processo desencadeou uma serie de levantamentos e estudos que hoje permite que proponhamos um mosaico de uso para essa região, respeitando os direitos adquiridos nesse território e, ao mesmo tempo, podendo destinar aquelas áreas que são passiveis de concessões florestais num ambiente mais pacificado.”
Sim. É isso mesmo. A solução do conflito será resolvida, segundo a diretora favorecendo o lado mais forte, o lado dos criminosos, com títulos e concessões florestais.
Raimudinha, como é conhecida no meio de onde foi parida politicamente, defende ainda a legitimação das polêmicas permutas promovidas pelo Iterpa nestas glebas. Essas áreas foram trocas promovidas por Jáder Barbalho supostamente para compensar a perda de áreas com títulos duvidosos da Terra do Meio no município mais grilado do mundo. Essas áreas teriam sido “prejudicadas” com a criação de Terras Indígenas e ao invés de ser indenizadas pela União (caso fossem títulos verdadeiros), foram permutadas numa área onde “não tinha ninguém” pelo Governo do Pará. Essa “terra sem gente” era a Gleba Nova Olinda.
Para tocar o seu projeto em frente, a diretora espera contar com a conciliação dos movimentos sociais: "O Estado está procurando uma conciliação considerando os interesses dos movimentos sociais, que são principalmente de garantir os territórios de uso das comunidades, garantir a regularização fundiária delas. A proposta dos empresários não é tão contraditória com a dos movimentos, pois também reconhece os direitos das comunidades como primordiais. O que ocorre é que houve uma radicalização de ambos os setores no sentido de garantir o máximo possível de seus interesses. Mas foi muito positivo a mobilização dos movimentos sociais e também dos empresários, porque nos permitiu fazer uma quarta proposta, porque também consideramos a proposta feita pela prefeitura de Aveiro e lideranças empresariais e sociais de Aveiro e Itaituba. Isso assegurou ao Estado uma maior segurança em propor, fazer uma quarta proposta tentando conciliar o máximo possível as boas razões apresentadas por todos."
Resta saber se as comunidades tradicionais da região engolirão mais esse sapo da governadora Ana Júlia.
Leia a entrevista em http://www.ecoamazonia.com.br/site/entrevistas.asp?cod=40
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