Nascia a 100 anos atrás o genial e autêntico Patativa do Assaré. Camponês que nasceu e morreu numa casa de barro. Estudado no mundo inteiro, não viajava com medo de avião. Defensor dos camponeses e da Reforma Agrária. Denunciou a miséria e a migração do Nordeste não como um castigo divino ou causado pela seca, mas pelas políticas econômicas dos governos. Combateu a alienação, chamou os nordestino sà luta pela justiça, contra a exploração e o preconceito.
Segue o meu poema favorito de Patativa:
Eu quero*
Patativa do Assaré
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal
Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha
Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro
A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária
Finalmemte, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil
*Retirado do sítio "Compadre Lemos", onde se pode inclusive ouvir o poema acima e os outros na voz de Patativa do Asssaré: http://www.compadrelemos.com/audio.php?cod=12702 .
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