segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ana Júlia põe em marcha criminalização de movimentos no Pará

Após o indiciamento do dirigente do MST, Charles Trocate, por declarar que os os movimentos socias não vão deixar um "latifúndio para fazer remédio" no Pará, o governo Ana Júlia (PT) põe em marcha uma onda de prisões e criminalização de lideranças de vários movimentos.

As ações são uma resposta da governadora ao pedido de intervenção federal no estado feito pela Senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que também é presidenta da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Ana Júlia cumpre as exigências dos ruralistas e ataca os movimentos sociais.

Ontem, mais de 100 policiais desocuparam a hidrelétrica de Tucuruí , onde protestavam CPT, MST, MAB, FETAGRI e outros movimentos sociais. O acampamento denunciava o clima de violência na região com inúmeros assassinatos, inclusive do presidente do STTR de Tucuruí, há alguns dias atrás.

Policia Militar prende 14 lideranças dos movimentos sociais do PA

Desde a última sexta-feira cerca de 400 integrantes Via Campesina (MAB, MST, CPT, movimento
dos pescadores) estavam em mobilização, acampados nas obras das eclusas do lago da barragem de Tucuruí. Na manhã de ontem (26 de abril) a polícia foi ao local e prendeu 14 pessoas. Os trabalhadores exigiam ainda o avanço das negociações com o governo federal e estadual. As reivindicações da região foram entregues às autoridades ainda no final do ano passado.
Segundo informações, foi solicitado a policia militar fazer uma averiguação no acampamento. Ao chegar ao local, às 06 horas da manhã, a polícia considerou flagrante e prendeu 14 pessoas, entre elas: Maria Edina Ferreira, Aildo Ferreira da Silva, Roquevan Alves Silva, Odercio Monteiro, Eusino Rodrigues Lopes e Vanico Wanzeller. Alguns dos agricultores estão sendo levados à Belém para o Departamento de Inteligência da Polícia Civil Especializada. Os demais estão sendo identificados pela polícia na delegacia de Tucuruí.

Os manifestantes queriam uma reunião com os governos, marcada para a próxima terça-feira, dia 28 de abril. A negociação beneficiaria mais de 900 famílias da região com recursos para agricultura, obras de infra-estrutura e criação de peixe em tanques-rede.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí foi construída à quase 25 anos, durante a ditadura, e até hoje os atingidos pela barragem reivindicam direitos e obras para a melhoria das condições de vida nos municípios e comunidades que sofreram com o alagamento das terras e da floresta. “Mais uma vez a solução para as empresas e Estado é a força policial”, dizem as lideranças. Segundo dados da CPT, nos últimos três anos foram assassinadas 14 lideranças rurais nessa região, em decorrência da luta pela terra. A última vítima foi Raimundo Nonato, liderança do Sindicato de Tucuruí, brutalmente assassinado na porta de casa, no dia 16 deste mês.

Enquanto isso...
- Nenhum dos jagunços que atiraram nos trabalhadores rurais em rede nacional de televisão foi sequer indiciado;

- O gerente da fazenda de Daniel Dantas convoca os fazendeiros da região a reagirem às ocupações;

- Os assassinos do sindicalista Raimundo Nonato em Tucuruí não foram sequer identificados;

- Os PMs que participaram do massacre de Eldorado dos Carajás foram promovidos pela governadora Ana Júlia em setembro do ano passado.
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Anônimo disse...

é traição sem limites... está na hora do povo pensar num novo projeto de revolução, pois essa elite, além de criminosa, é míope, vai levar todos para a tragêdia...