segunda-feira, 6 de abril de 2009
BR-163 no Jornal Nacional
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A Reforma Agrária X a Foice, os Grilhões e os Mentecaptos
Que cada um responda estritamente segundo a sua contribuição para o resultado. Então você que se diz perspicaz responda, Quem matou o trabalhador rural J O S É R E I S ?
No ano de 2003, chamaram José Reis para participar de um acampamento de Sem Terras, “vamos zé trabalhar por diária, sol a sol, por R$ 10,00, não tem futuro!”. Foi José com esperança e um aperto no coração, afinal estávamos no linear de novos tempos, a eleição do Presidente Lula, partido dos trabalhadores encorajava-o. Antes da posse, dizia Lula: a prioridade é assentar todas as famílias acampadas...
Formaram o acampamento Alto da Paz, aproximadamente 350 famílias, e 80 barracos bem construídos de palha de babaçu, estávamos em meados do ano de 2003, 50 km de Araguatins, após 4 (quatro) anos e algumas cestas básicas os ânimos já não eram os mesmos. No ano de 2007, os que ainda resistiam eram 73 famílias.
A Foice, que simboliza a força do trabalho do campo, também, símbolo revolução socialista Soviética, para os trabalhadores do Acampamento Alto da Paz nada mais significa, depois de 6 (seis) anos, que a morte, a morte em vão!
Por sorrateira emboscada “pistoleiros”, não se sabe se particular ou público, subrienteram com tiroteio 18 acampados que pescavam, José Reis correu quanto pode, pulou nas águas, não mais foi visto com vida.
Quem matou J O S É R E I S ?
Alguns dizem que foi a sorte ou algo parecido, se ele corresse mais rápido e nadasse melhor teria conseguido fugir de todas as balas, foi à falta de destreza física.
Outros lembram que se tivesse ficado na vida anterior de diárias por R$ 10,00, teria sobrevivido, assim como 85% da população de Araguatins, foi à falta de patrão, grilhões;
A maior parte sustenta que foi quem atirou;
Mas tem que lembra que o contratante dos pistoleiros foi quem matou, por tem interesse direto em aniquilar os Sem Terra;
Pelo menos um, descordou de todos, dizendo que quem tinha o dever de cumprir a promessa do presidente Lula, por sua omissão, foi o culpado por negligenciar as pessoas humildes, lutando por ilusões produzidas nas campanhas populistas e irresponsáveis. Que matou foi os mentecaptos.
Os mentecaptos, aqueles que podendo desapropria terras nas áreas de conflitos latentes, preferem os lucros da majoração de preços, direcionando as desapropriações para fim de reforma agrária, para a máfia do superfaturamento de terras. Grupos de servidores e advogados corruptos. Agora Ricos!
A liderança do Acampamento Alto da Paz tem que viver escondida, são considerados perturbadores da ordem pública, estereotipados pelos dirigentes dos órgãos vinculados a reforma agrária, com recalcitrantes por não desistirem da fazenda de escravos Santo Hilário.
Após o triste fim de José Reis, os fazendeiros com medo de um levante dos Sem Terra, foram protegidos pela PM de Araguatins, vide Jornal do Tocantins de 06.04.2007, a seguir o trecho da matéria:
“O comandante da PM em Araguatins, capital João Márcio Miranda, ... disse ainda vai aguarda ordens da Justiça para fazer busca e apreensão no acampamento. ‘A gente sabe que eles têm armas. Queremos desarmá-los’, completou.”
Quem matou José Reis?
Os pistoleiros (foto da realidade) (visão estática) (a bala) (a ação) (os fatos estanques) ou os mentecaptos (o filme da mesma realidade) (visão dinâmica) (a corrupção) (a omissão) (os fatos no contexto).
A Trindade do atraso: O trabalhador rural, o mentecapto e o pistoleiro.
O último jamais alcançaria os primeiros se os intermediários não criassem as circunstâncias favoráveis. Mentecaptos!
Quem matou José Reis?
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Abril/2009
Entidades e movimentos sociais denunciam ação violenta da PM no despejo de acampados em Araguatins
06/04/09 10h56
Da Redação
Relatos de violação dos direitos humanos resultantes do despejo de cerca de 100 famílias acampadas numa fazenda em Araguatins (601 km de Palmas, no extremo-norte do Estado) na sexta-feira, 3, provocaram a reação de entidades e movimentos sociais. Nesse domingo, 5, foi publicado um abaixo-assinado no qual 23 organizações expõem seu repúdio “à violência praticada contra as famílias presentes no local”. O que para elas, “demonstra total desrespeito à dignidade da pessoa humana e constituem grave violação dos direitos humanos”.
As entidades pedem a imediata apuração das violências relatadas e a punição dos autores, inclusive de tentativa de homicídio; e a apuração de possíveis arbitrariedades na ação de despejo. Eles argumentam que não foi respeitada a Diretriz nº 02/2008 – da Polícia Militar, que determina que ao cumprir mandados judiciais de manutenção e reintegração de posse, o comandante da Unidade da Polícia Militar deverá comunicar diversas instituições públicas e entidades de direitos humanos.
A Polícia Militar ficou de averiguar se vai se pronunciar sobre o assunto.
Entenda
Segundo o relato publicado pelas entidades, na sexta-feira, foi realizada uma ação de reintegração de posse, coordenada pela Polícia Militar, no Acampamento Alto da Paz, à margem da Fazenda Santo Hilário, em Araguatins. O acampamento era constituído por 100 famílias que se encontravam no local “há mais de seis anos”.
Ainda conforme o relato, os acampados foram intimados a saírem do local pela PM sob ameaça do proprietário da fazenda mandar “seus pistoleiros” para matá-los. Cerca de 250 pessoas, entre elas 150 crianças, foram levadas para o pátio do Incra em Araguatins. No ato de despejo seis pessoas foram presas, sendo três acampados e três membros de comunidades vizinhas.
Antes da ação de reintegração, na quinta-feira, 2, três pessoas teriam ido de carro ao acampamento, onde teriam realizado “5 disparos com arma de fogo em direção a um grupo de crianças, mulheres, um portador de deficiência física e diversos acampados, atingindo um deles de nome Raimundo Nonato”. Após os disparos, os ocupantes do carro teriam entrado no veículo e fugido em direção a Araguatins.
As entidades relatam ainda que desde sábado, 4, a polícia está efetuando batidas em comunidades do Bico do Papagaio, “utilizando-se de ameaças e pressões, e proibindo às pessoas saírem do local”. Eles estariam à procura de acampados e agentes do movimento social da região, acusando-os de participação em formação de quadrilha.
Outros conflitos
Localizada em terra da União, a Fazenda Santo Hilário está sob disputa judicial no Supremo Tribunal Federal entre o INCRA e o Instituto de Terras do Estado do Tocantins. Conforme as entidades que assinam o abaixo-assinado, no dia 12 de agosto de 2004, o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, em fiscalização na fazenda libertou 6 pessoas encontradas em condições de trabalho análogo ao de escravo. Já em 2007, no dia 8 de agosto, a dita fazenda foi palco de um conflito entre sem-terras, pistoleiros e policiais militares, que resultou na morte do lavrador José Reis, de 25 anos. As circunstâncias e autoria do crime nunca foram esclarecidas.
Confira a lista de entidades e movimentos que repudiam a ação:
Rede de Informação e Ação pelo Direito a se Alimentar – Fian Brasil
Organização Indígena do Tocantins – OIT
Centro de Direitos Humanos de Palmas – CDHP
Roda de Fiar – Organização Popular de Comunicação, Cultura e Educação
Marcha Mundial da Mulheres – MMM/TO
Centro de Direitos Humanos de Formoso do Araguaia – CDHF
Instituto de Direitos Humanos e Meio Ambiente – IDHMA
Grupo de Consciência Negra do Estado do Tocantins – Gruconto
Rede de Educação Cidadã – RECID
Centro de Direitos Humanos de Taguatinga – CDHT
Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra – Arraias – TO
Comunidade Kolping de Palmas
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – Regional Tocantins
Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins – APA/TO
Irmãs Franciscanas Allegany
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Movimento Estadual de Direitos Humanos – MEDH
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Fórum de Economia Solidária do Estado do Tocantins (Ecosol)
Movimento Nacional de Luta por Moradia – MNLM
Centro da Cidadania Paz e Vida
Articulação Pacari
Comissão Pastoral da Terra Araguaia-Tocantins
Quem matou José Reis?
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Abril/2007
Há dez dias os acampados de Alto da Paz, em Araguatins (TO), temem o ataque de supostos pistoleiros armados da Fazenda Santo Hilário, a dez quilômetros. Em visita ao local, Incra promete nova área de assentamento
Por Beatriz Camargo
Nesta quinta-feira (18), uma comissão liderada pelo superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Tocantins, José Roberto Ribeiro Forzani, visitou as 73 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Acampamento Alto da Paz, em Araguatins (TO). Há dez dias elas temem ser atacadas por supostos pistoleiros da Fazenda Santo Hilário, a 10 quilômetros, que estariam armados com espingardas de calibre 12, rifles e carabinas.
"O clima no acampamento é de apreensão, mas a visita da comissão trouxe mais segurança aos trabalhadores rurais", avalia Forzani. Acompanhavam o superintendente o chefe da unidade avançada do Incra em Araguatins (TO), Ismael Gomes Marinho, o procurador da república João Gabriel de Queiroz e agentes da Polícia Federal (PF).
"Não entramos na fazenda Santo Hilário, mas os agentes da Polícia Federal colheram dados e fotos tiradas pelos acampados que trazem fortes indícios da presença de pessoas armadas lá", diz Forzani. As fotos foram tiradas em 2006, e, segundo os trabalhadores rurais, algumas das pessoas identificadas nelas são as mesmas que agora estão na sede da Santo Hilário.
O conflito no local existe desde a formação do acampamento, em 2003. O mais recente foco de tensões começou no último dia 9, quando cerca de 15 homens foram vistos na sede da fazenda aguardando reforços para invadir e destruir o Alto da Paz. No mesmo dia, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Araguaína (TO) alertou o Ministério Público Federal do Tocantins, o Incra e a Ouvidoria Agrária sobre o perigo de um enfrentamento iminente.
Os trabalhadores reivindicam ser assentados na Santo Hilário, propriedade que, segundo a CPT, possui situação fundiária irregular. Além disso, em agosto de 2004, um grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego encontrou na fazenda seis pessoas vivendo em condições análogas à de escravo.
Segundo Forzani, o Incra está oferecendo outra área para assentar as famílias do MST, a 20 quilômetros da Fazenda Santo Hilário, como tentativa de encerrar o conflito. Mas a entidade aguarda a publicação do decreto de desapropriação para dar andamento ao processo de assentamento - o que ainda não tem prazo para acontecer.
Enquanto isso, a PF fará um relatório a respeito do que foi investigado durante a visita de quinta-feira ao acampamento e encaminhará cópias ao Ministério Público do Estado, ao Ministério Público Federal, à Secretaria Estadual de Segurança Pública e à Polícia Militar. - 06 abril, 2009