As comemorações do Dia do Trabalhador vêm se transformando a cada ano no Brasil num evento festivo e de completo esvaziamento do conteúdo classista de lutas. As grandes centrais sindicais, CUT e Força Sindical preferem os grandes shows com artistas midiáticos, sorteios de carros dados por empresários e missas espetaculosas a la Padre Marcelo Rossi.
Por outro lado, as centrais arraigadas no classismo como a Conlutas, pastorais e movimentos sociais preferem manter o caráter do dia com protestos, neste ano de crise econômica e crescimento do desemprego.
Em São Paulo, a missa de 1.º de Maio na Catedral da Sé, às 9 horas de sexta-feira, que deveria reunir trabalhadores e empresários em torno do altar, conforme o cardeal arcebispo d. Odilo Scherer prometeu no ano passado, será uma celebração classista, voltada só para os trabalhadores, porque a Pastoral Operária, da Arquidiocese de São Paulo, resistiu à mudança, informa o jornal “O Estado de São Paulo”.
D. Odilo disse ontem ao Estado que pretendia convidar empresários porque, em sua opinião, deve haver harmonia entre capital e trabalho. "Não queremos trazer luta de classes para dentro da igreja, embora possa transparecer algum confronto nas manifestações que haverá, depois da missa, em praça pública", afirmou o cardeal. Além de empresários, ele queria convidar funcionários públicos e empregados de outra categorias.
"Esta não é a nossa visão, porque para nós o 1.º de Maio sempre será o Dia do Trabalhador, dia de luto e de lutas", advertiu o metalúrgico aposentado Waldemar Rossi, militante da Pastoral Operária e um dos articuladores da manifestação. Ele critica os shows que a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) promovem nessa data. "Os sindicatos e movimentos comprometidos com a luta por Justiça repudiam as atividades com caráter de conciliação com o empresariado, em conluio com o capital explorador", argumenta.
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