sábado, 20 de setembro de 2008

PAE Juruti Velho: Comunitários apreendem balsas carregadas de madeira

Dannie Oliveira com informações de Ângela Cavalcante

Juruti - Comunitários de Juruti Velho estão impedindo o transporte de madeira naquela região há oito dias. Eles já tomaram posse de duas balsas carregadas do produto florestal. O protesto é uma tentativa de pressionar a Secretária Estadual de Meio Ambiente (SEMA) a autorizar a construção de uma Micro Central Hidrelétrica.

Os protestos iniciaram na última sexta-feira(12), quando os comunitários de Juruti Velho apreenderam duas balsas carregadas de madeira que iriam para Belém.Um acampamento foi montado para vigiar o produto florestal que foi extraído de uma área que pertence ao estado e que está sendo disputada por diversos segmentos, inclusive pelos assentados do Projeto Agroextrativista Juruti Velho.

Eles querem a área para construir uma Micro Central Hidrelétrica, que deve beneficiar quarenta comunidades do assentamento, segundo informou o comunitário Dílson Pimentel.

“Não temos água gelada, não podemos conservar a comida direito, não podemos trabalhar até tarde, até estudar a noite não dá. A comunidade só têm energia até às 21h00. Pagamos uma taxa cara para ter energia das 06h00 às 21h00. Não tem condição esse horário. A nossa vida fica muito mais difícil”.

Seis milhões de reais foram disponibilizados para o projeto da Micro Central, dinheiro que poderá ser devolvido para o Incra e para a Prefeitura de Juruti se as obras não começarem antes do final do ano.

As empresas madeireiras responsáveis pela madeira, possuem autorização para exploração florestal na área, o que incomoda os comunitários que há vários meses lutam para conseguir a autorização para construir a Hidrelétrica.“Nós estamos aqui intencionando levar o projeto de energia para 40 comunidades, para mais de 2 mil famílias. Temos o dinheiro para investir, mas a Sema não licenciou. Ela licencia para os madeireiros, mas não para os comunitários” denunciou o representante do movimento, Gerdeonor dos Santos.

As balsas estão carregadas com mais de mil toras de madeira de diferentes espécies, como maçaranduba, angelim, itaúba e até mesmo, segundo os comunitários, de espécies proibidas, como a castanheira.

Os representantes das empresas madereiras já tentaram fazer acordo com os moradores do assentamento, mas não foi possível. Os comunitários afirmam que só irão negociar com um representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.“Se a Sema não vim aqui nós não vamos liberar essa balsa, até porque nós detectamos que têm castanheira entre as toras. Esse tipo de árvore não está permitido no projeto e está aí nas balsas. O madeireiro está cortando” Reclamou Gerdeonor.

De acordo com os comunitários existem mais três balsas carregadas de madeira, que estão entre as comunidades Pompom e Galiléia, próximas a Juruti. Eles ameaçam impedir a saída da carga da região, mesmo com a apresentação de documentos que comprovem que o produto é legal.

Fonte: NOTAJÓS
Comentários
0 Comentários

0 comentários: