O sítio de notícias G1 ontem e o Diário do Pará hoje trazem a notícia que cerca de 65 agricultores que haviam invadido parte da Terra Indígena Cachoeira Seca em Uruará (PA) foram expulso pelos índios Arara na semana passada. Os indígenas também queimaram casas e veículos.
Nesta terça-feira (12), os agricultores denunciaram o caso à Polícia Federal, Ministério Público Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Fundação Nacional do Índio (Funai), durante uma reunião em Altamira (PA). A PF abriu inquérito para investigar a ação dos índios.
Segundo os dois veículos de comunicação, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez o cadastramento das famílias expulsas no Programa Nacional de Reforma Agrária. O objetivo é encontrar na região um local onde os trabalhadores possam ser assentados.
Os Araras quase foram dizimados quando da abertura da BR-230 (Transamazônica) nos anos setenta. A rodovia cortou o território indígena ao meio. A T.I. Cachoeira Seca localiza-se ao sul dos municípios de Uruará, Placas e Rurópolis.
Somente em 1985 a área ocupada pelos Araras foi interdidata para contato, o que não impediu o Incra de abrir travessões dentro da Terra Indígenas (não-demarcada) e a instalação da Serraria Bannach à beira do rio Iriri. Estas ações provocaram intenso desmatamento, instalação de famílias não-indígenas e formação de grandes fazendas com denúncias de uso de trabalho escravo.
Estima-se que em 2005, 27% da T.I. estivesse invadida. No mesmo período, a FUNAI propôs alterar os limites da área, o que o ocasionou sobreposições com projetos de assentamentos e áreas de colonização. Desde então, o Incra deveria ter iniciado o reassentamento de famílias, coisa que não fez.
Com algumas informações do ISA.