Uma federação de opiniões divergentes. É assim que o Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) vem encarado a idéia de divisão do Pará em três, com a possível criação dos estados do Tapajós e Carajás.
Quando a proposta de realização do plebiscito foi simbolicamente votada na Câmara dos Deputados, o PSOL foi o único a ser posicionar contrariamente à proposta. Para imprensa1, o deputado Chico Alencar (RJ), declarou: "É um tanto irresponsável aprovar desta maneira". Ele lembrou que, atualmente, tramitam no Congresso pelo menos 12 projetos que tratam da criação de novos estados. "É uma falácia achar que a criação de novos estados e municípios fortalece a federação".
Na Assembléia Legislativa do Pará, o deputado estadual Edmilson Rodrigues, se posicionou contrário a proposta. Em entrevista que está em seu blog, o deputado disse: “Essa divisão, se ocorrer, só trará mais miséria e empobrecimento do Estado, aumentando os índices de desmatamento e trabalho escravo, como já ocorre em outros estados que foram divididos”.
A senadora Marinor Brito também se posicionou contra a divisão, mas já com dias contados no Senado onde deverá ser substituída por ninguém menos do que Jáder Barbalho, tentou se diferenciar da bancada na câmara, dizendo-se contra a divisão do estado, mas a favor da realização do plebiscito.
Neste mesmo sentido, a executiva estadual do partido lançou uma nota em que afirma que “é evidente também que poderosos grupos econômicos e políticos estão por trás da proposta separatista.”. O documento defende também a realização do plebiscito, mas diz que “acredita que a questão não é geográfica, mas política.”
Mas, contrariando o partido no âmbito federal e estadual, um grupo de militantes do PSOL de Santarém também lançou uma nota em que afirma que não só são favoráveis ao plebiscito, como querem a divisão do estado.
O professor universitário Everaldo Portela foi um dos primeiros a criticar publicamente o “erro grave” do PSOL. Logo em seguida, a nota oficial do partido em Santarém declara que “estaremos nós defendendo a criação do novo Estado, considerando todos os dados e ponderando todas as razões concretas sobre sua vida pós-criação.”
O curioso é que os próprios assinantes assumem que a divergência da posição não é exclusividade do partido. “Outros partidos vivem situação similar. Geralmente, quem está fora dos territórios que buscam a redivisão, em um primeiro momento, tende a ser contra. Talvez o maior diferencial entre nós e eles é que nós vivemos aqui.”
Pelo jeito, o critério geográfico e das conveniências e não o político e uma visão classista, é o que está prevalecendo!