segunda-feira, 16 de maio de 2011

Saqueio aos territórios quilombolas lá e cá

Madeireiras em áreas quilombolas. Este é o tema de duas reportagens publicadas recentemente e que demonstram uma nova frente de saque territorial.

"O avanço de madeireiras em terras quilombolas no Pará" é tema de material da “RNW”. “Entre as almejadas terras comunitárias, as quilombolas tituladas são 'a viúva rica' que todo madeireiro sonha encontrar”, diz trecho o procurador Felício Pontes na inicial da material que também se encontra disponível no sítio Diário Liberdade.

A matéria aborda uma recente pesquisa elaborada pelo professor Rodolfo Gadelha, da Universidade Federal do Pará que realizou um diagnóstico do desmatamento nos territórios quilombolas da região de Oriximiná e no quilombo do Pacoval, em Alenquer, ambas no Pará.

“Nesse primeiro caso, os estudos das imagens de satélite constatam que está havendo um aumento da pressão humana ao redor das nove comunidades observadas. Causado pelo desmatamento e abertura de estradas, vem ocorrendo desde 2000. O desmatamento se concentra ao longo dos principais rios que são utilizados como acesso às terras quilombolas. Foi observada forte pressão humana na área de entorno, que está avançando em direção a essas terras, em particular a Erepecuru e Ariramba”, constata trecho do estudo que verifica ainda:

“O segundo caso estudado foi o da Comunidade Pacoval, a 30 km do município paraense de Alenquer. O pesquisador identificou sinais de exploração madeireira, através da detecção e mapeamento de ramais de exploração e pátios de estocagem de madeira na terra quilombola Pacoval, com 7.615 hectares, onde vivem 115 famílias em terras tituladas desde 1996. As imagens de satélite analisadas comprovam que o manejo em Pacoval, após duas licenças ambientais, não foi feito de forma sustentável, principalmente após 2010. Revelam desmatamento de aproximadamente 24% da área total, concentrando-se ao longo dos rios e lagos que são utilizados como principais acessos à terra quilombola.”

Já a matéria "Querem roubar os quilombolas do Guaporé" do jornalista Montezuma Cruz aborda como os quilombolas da Comunidade Jesus, o único território quilombola titulado em Rondônia, localizado no município de Seringueiras, a 527 quilômetros de Porto Velho, tentam resistir ao saqueio dos recursos naturais existentes em seu território.

O texto aborda o processo histórico de territorialização de mais de quinhentas comunidades quilombolas na região do Vale do Guaporé e o drama vivido por estes povos.

“Se a titulação dessa terra foi anunciada como uma dívida do Brasil para com esses descendentes do povo escravo, eu pergunto: que dívida é essa que ainda não se pagou?”, questiona o executor da Unidade Avançada do Incra em Guajará-Mirim, Leonardo Oliveira em trecho da matéria.
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Dinho Assis disse...

BOM DIA,
REALMENTE ESSA E ATRISTE REALIDADE DAS COMUNIDADES DOS QUILOMBOS ESTIVER NO PACOVAL DE ALENQUER E VIR COMO TA SENDO DE MANEIRA BRUTA A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA, MAQUINAS DE ALTA PONTENCIAS ENTRAM E DERRUBAM UMA ARVORE CENTENARIA E SEGUNDOS ............
A JUDE A SALVA O QUILOMBO DO PACOVAL....AUTORIDADES COMPETENTES..MUITO OBRIGADO