sexta-feira, 6 de março de 2009

CPI da pedofilia escancara podridão de políticos do Pará

A vinda de integrantes da CPI da Pedofilia do Senado Federal à Belém nesta semana escancarou acontecimentos que estavam sendo obscurecidos pela mídia e imprensa do Pará.

Entre os acusados de sedução e estupro de menores estão o Deputado Estadual Luiz Afonso Sefer (DEM) e João Carlos Carepa, que é irmão da governadora Ana Júlia Carepa (PT). Até então, essas acusações eram de desconhecimento geral no estado.

O depoimento de Safer no dia de ontem foi recheado de contradições. O deputado é acusado de abusar de uma menor, filha de uma família humilde do interior do estado, levada para morar em Belém, na casa de Sefer.

"Foi um depoimento contraditório, confuso e desencontrado. Ele tentou apresentar a menor como se fosse um demônio e não conseguiu explicar em que condição abrigou a criança em sua casa" - disse o Senador Magno Malta, que preside os depoimentos.

João Carlos Carepa, contra o qual há mandado de prisão expedido, esquivou-se da CPI através de um mandato de segurança. O depoimento estava previsto para o dia hoje. O advogado de João Carlos é Américo Leal, que se notabilizou pela defesa dos dos acusados de encomendarem o assassinato da missionária Dorothy Stang. No documentário "Mataram a Irmã Dorothy", Américo acusa Dorothy de ser uma espiã a serviço da CIA e que a mesma teria cavado a própria morte para o atendimento de interesses estrangeiros.

Sobre o caso envolvendo João Carlos Carepa, os parlamentares ouviram hoje a mãe da vítima, que depôs encapuzada para não ser identificada. A mãe da menina, que é prima da esposa de João Carepa, relatou aos senadores que foram quatro os abusos praticados contra a filha, que aconteciam desde quando a jovem, hoje com 14 anos, ainda era uma criança de 11 anos.


A CPI ouviu ainda o depoimento do bispo da ilha do Marajó, Dom Luis Azcona, ameaçado de morte por denunciar casos de abusos de menores na região. No ano passado, Azcona e Ana Júlia entraram em atritos, pois a governadora chegou a classificar as denúncias como exageradas.

No depoimento, o bispo apresentou um 'mapa' da rede de abusos sexuais que ocorrem na região e culpou o Estado por omissão: “Dele depende que os nossos jovens possam ter um trabalho digno. Mas ninguém está fazendo nada”, afirmou.

Com informações da Agência Senado e Portal ORM.

Leia ainda neste blog:
Ana Júlia mostra a que veio...
Governadora diz desconhecer que existam 300 ameaçados de morte no Pará
Zangada: Denúncias de bispos ameaçados de morte irritam governadora do Pará
A impunidade e a demagogia do governo petista do Pará

Comentários
0 Comentários

0 comentários: