A placa acima está colocada numa árvore ao lado da cruz que registra onde irmã Dorothy Stang foi assassinada, no interior do lote 55, hoje parte do PDS Esperança, em Anapu. Ela foi colocada pelo Incra de Santarém em 2009.
As marcas que aparecem não são de pedras como chegaram a colocar no meu Facebook, onde a foto também está publicada. São marcas de chumbo de cartucheiras (espingardas). A informação deixou a todos os presentes ao local, pessoas de todo o estado e de diversos movimentos e entidades, profundamente chocados. “Como podem fazer isto depois de tudo que aconteceu?”, se indagava a estudante de direito da Universidade Federal do Oeste do Pará, Isabella Fiorevante.
As marcas que aparecem não são de pedras como chegaram a colocar no meu Facebook, onde a foto também está publicada. São marcas de chumbo de cartucheiras (espingardas). A informação deixou a todos os presentes ao local, pessoas de todo o estado e de diversos movimentos e entidades, profundamente chocados. “Como podem fazer isto depois de tudo que aconteceu?”, se indagava a estudante de direito da Universidade Federal do Oeste do Pará, Isabella Fiorevante.
Irmã Jane explicou no último dia 13, quando houve ato público no local, que apenas dois dias após o estabelecimento da placa, já tinham iniciado esta prática de transformar o objeto em alvo. Ao redor da placa, na árvore que a sustenta, também é possível verificar buracos maiores, provavelmente de balas de mais grosso calibre.
A tentativa de acabar com a memória de Dorothy é apenas uma das dimensões do intenso processo de violência cometido no interior do assentamento. Até bem poucos dias atrás a atual associação do projeto, tomada na marra pelo Sindicato local, anunciava que desmontaria o barracão comunitário onde Dorothy costumava se reunir com os camponeses. Era para este barracão que ela dirigia quando foi assassinada.
Foi neste local que se encerraram as atividades do ato em defesa da PDS, onde agricultores que conviveram com Dorothy antes da criação do assentamento contaram as suas histórias e saudaram as caravanas presentes.
Estes assentados, completaram no dia 12 de fevereiro, um mês de acampamento na principal entrada do projeto para evitar a entrada e saída de caminhões madeireiros do local. São, portanto, símbolos vivos de que remam contra a corrente predominante na região de subordinação das famílias camponesas aos grandes interesses econômicos e políticos das madeireiras e seus aliados.